Título: PROJETO TAMAR CHEGA AO ZÔO
Autor: Tulio Brandao
Fonte: O Globo, 08/11/2006, Rio, p. 20

Núcleo de educação ambiental terá 2 tartarugas marinhas

As tartarugas marinhas demoraram, mas chegaram ao Zoológico do Rio de Janeiro. Será inaugurado na sexta-feira, no setor de animais aquáticos da Fundação RioZoo, um núcleo de educação ambiental do Projeto Tamar com duas espécies expostas num aquário de 25 mil litros: a tartaruga-de-pente (Eretmochelys inbricata) e a tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta), ambas na lista oficial do Ibama da fauna ameaçada de extinção. O centro terá ainda um tanque para recuperação de animais feridos no litoral do Rio.

Em seus 61 anos, é a primeira vez que o Zoológico recebe tartarugas marinhas. O aquário foi viabilizado graças à parceria com o Projeto Tamar, que supervisionou e financiou parcialmente a iniciativa. O veterinário Victor Hugo Mesquita, diretor técnico da Fundação RioZoo, explica que o núcleo urbano de preservação de tartarugas marinhas do Tamar no Zoológico do Rio é o primeiro do Brasil:

¿ Isso é novidade em grandes cidades. O objetivo é a educação ambiental. Vamos exibir continuamente um vídeo educativo que fala da importância da preservação.

O núcleo do Projeto Tamar no Rio também terá um setor de recuperação de animais. O coordenador nacional da entidade, Guy Marcovaldi, explica que o investimento foi feito porque a cidade tem essa demanda:

¿ O Rio é recortado por mar em quase todos os lados. Freqüentemente, as tartarugas ficam presas em redes ou são atingidas por embarcações em mar aberto e na Baía de Guanabara. O núcleo no Zoológico terá toda a infra-estrutura necessária à recuperação desses animais.

Segundo Victor Hugo Mesquita, a base carioca do Projeto Tamar foi construída em dois anos ao custo de R$100 mil. A área fica no setor de espécies aquáticas do Zoológico, perto da grade onde está o leão marinho Thiri, que veio do zôo de São Paulo no ano passado. No setor, há ainda um aquário de peixes de água doce e uma área destinada a aves marinhas. A tartaruga-de-pente, que será exposta no Zoológico, mede 60 centímetros e é carnívora. Já a cabeçuda tem um metro, mas só come plantas. Os dois exemplares do Rio, que ainda não ganharam apelidos dos funcionários do Zôo, foram criados em cativeiro na base do Projeto Tamar da Praia do Forte, na Bahia.