Título: INFLAÇÃO PELO IGP-DI SURPREENDE E VAI A 0,81%
Autor: Bruno Rosa e Aguinaldo Novo
Fonte: O Globo, 08/11/2006, Economia, p. 23

Com pressão agrícola, taxa de outubro ficou bem acima do 0,24% registrado em setembro

SÃO PAULO. A forte alta dos preços dos produtos agrícolas em outubro fez com que a inflação medida pelo Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI) subisse 0,81% no mês, acima do 0,24% registrado em setembro e bem mais do que o estimado por analistas, de acordo com dados divulgados ontem pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

Em média, 14 economistas consultados pela agência de notícias Reuters estimavam uma variação de 0,47% para o índice, em prognósticos que oscilaram de 0,26% a 0,60%. A alta dos produtos agrícolas já era esperada, mas não na proporção verificada pela FGV.

O Índice de Preços por Atacado (IPA), componente com maior peso na taxa geral (60%), fechou outubro com alta de 1,16%, em forte aceleração após avanço de 0,28% em setembro. Enquanto os produtos agrícolas no atacado subiram 5,18%, os industriais caíram 0,07%.

Apesar da alta dos alimentos no atacado, o avanço não foi sentido na ponta. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) registrou elevação de 0,14%, ante variação de 0,19% no mês anterior. Já o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) subiu 0,21% em outubro, frente ao 0,11% do mês anterior.

Neste ano, o IGP-DI acumula alta de 2,93%. Nos últimos 12 meses, o índice apurou uma inflação de 3,34%. O IGP-DI é calculado com base nos preços coletados entre os dias 1º e 31 de outubro.

Também com pressão de alta dos alimentos, o Índice do Custo de Vida (ICV) no município de São Paulo registrou variação de 0,27%, segundo apurou o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). A taxa é 0,12 ponto percentual inferior à apurada em setembro (0,39%). O grupo alimentação apresentou alta de 1,37%, com o principal reajuste no subgrupo que reúne os produtos in natura e semi-elaborados (3%).