Título: LUCRO DA VALE SOMA R$10 BILHÕES ATÉ SETEMBRO
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Fonte: O Globo, 09/11/2006, Economia, p. 25

Produção e preços mais altos proporcionaram um ganho recorde de R$4 bilhões no terceiro trimestre deste ano

Produção e preços maiores levaram a Companhia Vale do Rio Doce ao maior lucro trimestral da sua história, em um momento em que a maior produtora de minério de ferro do mundo fecha a aquisição da gigante canadense do setor de níquel Inco, que elevará a empresa brasileira à posição de segunda mineradora diversificada do mundo.

De julho a setembro, a Vale teve lucro recorde de R$4 bilhões, 48,1% acima do resultado há um ano, de R$2,7 bilhões, e superando em R$68 milhões o recorde anterior, do segundo trimestre de 2006. Com isso, o lucro acumulado este ano subiu para R$10,1 bilhões, uma alta de 28,9% sobre os nove primeiros meses de 2005.

A companhia bateu também recorde de receita trimestral, que atingiu R$11,6 bilhões, superando em 28,8% o resultado do terceiro trimestre de 2005, e em 14,9% o recorde anterior, de R$10,1 bilhões no segundo trimestre.

As vendas de minério de ferro alcançaram 63,119 milhões de toneladas, correspondendo a um novo recorde trimestral e ultrapassando em 3,416 milhões de toneladas o recorde anterior, obtido no segundo trimestre deste ano.

A Vale vem se beneficiando de sucessivos aumentos no preço do minério de ferro, que subiu 71,5% em 2005 e 19% este ano. A alta de preço é motivada por uma demanda aquecida, puxada principalmente pela China.

Segundo comunicado enviado pela Vale na noite de ontem, como o ajuste de preço do minério este ano se prolongou até o fim do segundo trimestre, a empresa contabilizou no terceiro trimestre R$466 milhões de ajuste retroativo.

A Ásia foi o principal destino das vendas da empresa, com 35,1% do total da receita bruta, seguida da exportação para as Américas, com 34,7%, e Europa, com 26%. O Brasil continua o principal destino individual da Vale, responsável por 20,9% de sua receita bruta, e a China se confirmou como o segundo país mais importante, com 18,6% do total do faturamento.

Com custos mais altos, CSN teve ganho menor

Outro importante destaque da companhia foram as exportações, que até setembro acumulam US$7,237 bilhões, uma alta de 44,5% em relação ao mesmo período de 2005.

O lucro antes de juros, impostos, amortizações e depreciações (Ebitda, na sigla em inglês) atingiu R$5,9 bilhões no terceiro trimestre, 37% acima do obtido há um ano.

Os investimentos da empresa de janeiro a setembro ficaram em US$3 bilhões, dois terços do total de US$4,6 bilhões previstos para este ano.

Já a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) registrou lucro líquido de R$334 milhões no terceiro trimestre deste ano, uma queda de 35,4% em relação ao mesmo período do ano passado, quando teve ganho de R$517 milhões. Os custos da empresa no período, de R$1,392 bilhão, foram 17% superiores aos do trimestre anterior e ficaram 21% acima do registrado há um ano.

A receita líquida da CSN foi 35% maior do que a registrada no segundo trimestre, atingindo R$2,6 bilhões. O terceiro trimestre foi marcado pela volta da operação de um alto-forno, suspensa após acidente no início do ano. Mesmo assim, a produção de aço bruto e de laminados ficou abaixo do mesmo período de 2005, totalizando 1,259 milhão e 1,090 milhão de toneladas, respectivamente, ou 4% e 1% menos do que no terceiro trimestre de 2005.