Título: Patriota vai para embaixada nos EUA
Autor: Eliane Oliveira
Fonte: O Globo, 11/11/2006, O País, p. 8

Subsecretário para Assuntos Políticos do Itamaraty é próximo a Amorim

BRASÍLIA. A disputa do Brasil por uma vaga permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas ganhará mais força no segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A principal sinalização nesse sentido foi dada, há alguns dias, com a escolha, pelo ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, do novo embaixador brasileiro em Washington. Embora o nome já em análise pela Casa Branca esteja sob sigilo, as apostas no Itamaraty são a favor do subsecretário para Assuntos Políticos do Ministério das Relações Exteriores, Antonio Patriota.

Um dos principais auxiliares de Amorim na condução da política externa, Patriota é o interlocutor do governo nas reuniões do G-4 - Brasil, Índia, Japão e Alemanha, candidatos a cadeira permanente no Conselho de Segurança. Apesar das manifestações de apoio de vários países, os Estados Unidos continuam reticentes quanto à reforma das Nações Unidas e a ampliação do número de membros plenos, que se resumem a França, EUA, China, Reino Unido e Rússia.

Na avaliação da área diplomática brasileira, o tema tem tudo para avançar nos próximos anos e o apoio americano é fundamental. Daí a razão de se pôr alguém familiarizado com o assunto como substituto do atual embaixador Roberto Abdenur.

Pesa ainda a favor de Patriota seu bom relacionamento com autoridades americanas - como Nicholas Burns, secretário-adjunto de Condoleezza Rice, titular do Departamento de Estado dos EUA, e o republicano John Danilovich, ex-embaixador americano em Brasília - e sua experiência no comércio multilateral: trabalhou na sede da Organização Mundial do Comércio (OMC) em Genebra, na Suíça.

Além da reforma da ONU, um grande desafio para o presidente Lula é terminar a Rodada de Doha, na OMC, antes de concluir seu segundo mandato.

O governo aguarda aval da Casa Branca ao nome. Em seguida, o candidato passa por sabatina na Comissão de Relações Exteriores do Senado, seguida de votação no plenário. A aprovação deve sair até janeiro.