Título: Reforma ministerial pode atingir 21 pastas
Autor: Ilimar Franco
Fonte: O Globo, 12/11/2006, O País, p. 8

Relações Exteriores, Desenvolvimento Social, Turismo, Educação e Comércio Exterior não devem mudar

BRASÍLIA. São 21 os ministérios e secretarias nacionais com status de ministro que estão nas negociações com os partidos aliados para a escolha da equipe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o segundo mandato. Estão fora das conversas entre o presidente e os aliados apenas a área econômica e as chamadas pastas da cozinha do Palácio do Planalto. Líderes governistas e assessores do presidente avaliam que também não devem ocorrer mudanças nos ministérios de Relações Exteriores, do Desenvolvimento Social, do Turismo, da Educação e do Desenvolvimento e do Comércio Exterior, cujos titulares têm grandes possibilidades de serem mantidos nos cargos.

A prioridade do presidente é definir a participação do PMDB no governo. Na última semana, Lula conversou com o senador José Sarney (PMDB-AP) e com o deputado Jader Barbalho (PMDB-PA). Somente depois de garantir o apoio da maioria do partido, para o qual deve ser oferecido de quatro a seis ministérios, é que serão aprofundadas as conversas com os demais aliados.

Negociações serão aprofundadas no fim do mês

Mas essas negociações só deverão ser aprofundadas no fim deste mês, quando o presidente pretende se dedicar quase que exclusivamente à montagem do novo Ministério. Antes disso dedica-se ao pacote de medidas fiscais e de infra-estrutura para tentar deslanchar o desenvolvimento. O anúncio de nomes, se tudo correr bem, será feito na primeira quinzena de dezembro.

O próprio presidente tem dito que não tem pressa pois tem um governo montado e que está dando conta do recado. Lula não está falando de nomes, mas alguns de seus ministros estão se antecipando. Para abrir espaço para a composição política, Márcio Thomaz Bastos, da Justiça, e Gilberto Gil, da Cultura, estão firmes em suas decisões de deixar o governo. Ambos, como outros ministros, agradam o presidente, mas por razões políticas muitos deles não devem permanecer no governo.

A permanência de ministros indicados pelos partidos aliados também dependem de articulação política. Está nas mãos do PMDB o destino dos ministros Silas Rondeau, Minas e Energia, e Hélio Costa, Comunicações. Da mesma forma, o futuro do ministro de Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, depende das pretensões do PSB.

- O partido defende que ele fique no governo - diz o vice-presidente do PSB, Roberto Amaral.

Sem muitas alternativas no PTB e satisfeito com seu trabalho, quem também deve ficar é o ministro do Turismo, Walfrido Mares Guia.

- O presidente tem apreço pessoal e respeito profissional pelo Walfrido - diz um auxiliar do presidente