Título: O jogo de cintura para compor o secretariado
Autor: Carla Rocha
Fonte: O Globo, 12/11/2006, Rio, p. 30

A dança das cadeiras de um governo para o outro está acontecendo, pela primeira vez, em ritmo de salsa. Como a coreografia latina que mistura influências do mambo ao rock americano, o governador eleito Sérgio Cabral tenta montar um secretariado compondo com as mais diversas forças políticas que o apoiaram, mas que tenha química, trabalhe junto e que, em hipótese alguma, um pise no pé do outro.

Depois de anunciar oficialmente que o médico Sérgio Côrtes, com bom trânsito no governo federal, será seu secretário de Saúde, Cabral se prepara para mais uma rodada de negociações em que decidirá sobre que outros nomes vai tirar para dançar.

Pule de dez é o atual secretário da Receita de Rosinha, Antônio Francisco Neto, que deverá permanecer no cargo. Quanto a isso, há quase uma unanimidade.

A grande expectativa é com relação ao secretário de Segurança. o mais cotado é o atual secretário de Administração Penitenciária, Astério Pereira dos Santos, cacifado porque, nos quatro anos de sua gestão, foi registrado um terço do número das rebeliões de 2002.

Para a PM, articula-se a indicação do coronel Beltrão Lessa, ligado à ala mais conservadora da corporação. Junto com ele, subiria o coronel Ubiratan Ângelo, que comandou o Grupamento de Policiamento em Áreas Especiais (Gpae) do Cantagalo, que tem o apoio de entidades de direitos humanos.

Mas na educação, a disputa é acirrada. o PT até gostaria, mas deve perder a briga. Também foi ventilado - depois, esquecido - o nome do ex-secretário de Educação, Cláudio Mendonça. Correndo por fora, a educadora Sandra Simões, que foi secretária em Piraí, de Luiz Fernando Pezão, vice-governador eleito, pode surpreender.