Título: Gigantes acumulam R$11,17 bi
Autor: Patrícia Duarte
Fonte: O Globo, 14/11/2006, Economia, p. 21

Ganho, que caiu somente por questão contábil, reflete "exuberância"

SÃO PAULO. O lucro líquido acumulado pelos quatro maiores bancos do país que já divulgaram seus balanços (Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e Unibanco), entre janeiro e setembro, caiu 1,1% em relação ao mesmo período de 2005 - R$11,17 bilhões, ante R$11,29 bilhões. Esse pequeno recuo, porém, está longe de representar perda de vigor na capacidade de gerar lucros dessas instituições. Deveu-se, exclusivamente, a amortizações que Bradesco, Itaú e Unibanco fizeram, de uma só vez, relativas a aquisições recentes.

- Os lucros dos bancos brasileiros são tão exuberantes que permitiram a essas instituições anteciparem as amortizações sem dar prejuízo - diz o presidente da Austin Rating, Erivelto Rodrigues, ressaltando que as amortizações de aquisições podem ser lançadas nos balanços em até dez anos. - Essa queda (no lucro) é meramente contábil. A exuberância nos resultados do setor vai continuar.

Primeiro dos grandes a divulgar o balanço do terceiro trimestre, o Bradesco descontou de seus ganhos o estoque integral de R$2,1 bilhões em ágios de compras, como as do American Express do Brasil e do Banco do Ceará (BEC), além de outras transações. O Itaú repetiu a receita e amortizou integralmente o ágio de R$2,7 bilhões da compra do BankBoston, fechada em maio. E o Unibanco antecipou de dez para cinco anos a amortização de R$1,06 bilhão em ágios que tinha em estoque e seriam abatidos até 2016.

- Os bancos continuam voando em céu de brigadeiro - afirma Rodrigues.