Título: Fluxo cambial atinge US$37 bi no ano
Autor: Patricia Duarte
Fonte: O Globo, 17/11/2006, Economia, p. 27

Saldo comercial impulsiona entrada de dólares no país e força Banco Central a comprar moeda

BRASÍLIA e RIO. O Fluxo cambial - que representa o movimento de entrada e saída de moeda estrangeira no país - ficou positivo em US$1,762 bilhão nos primeiros sete dias úteis de novembro, informou ontem o Banco Central (BC). No ano, o saldo está acumulado em US$36,996 bilhões. No mês, o resultado está bem acima dos US$288 milhões verificados em igual período de 2005.

Com a entrada substancial de divisas, que favorece o fortalecimento do real frente ao dólar, o BC vem comprando a moeda americana. Como esses recursos vão para as reservas internacionais, pela primeira vez na História o indicador ultrapassou os US$80 bilhões.

- O BC tem em mente que o benefício de acumular reserva existe ainda, independentemente do custo - disse a economista-chefe da Mellon Global Investment, Solange Srour, lembrando que o custo é basicamente a Selic (13,75% ao ano), paga nos títulos emitidos para levantar capital para comprar dólar.

Sobre as reservas internacionais, o BC informou que, no dia 14, último dado disponível, elas chegaram a US$81,440 bilhões, devido à captação externa de US$1,5 bilhão feita pelo Tesouro semana passada. No dia 13, quando atingiram US$74,954 bilhões, as reservas bateram o recorde anterior, de US$74,656 bilhões em abril de 1998.

A balança comercial continua sendo o principal motor da entrada de dólares. Neste mês, informou o BC, o saldo comercial ficou em US$1,526 bilhão, com exportações de US$4,073 bilhões e importações de US$2,547 bilhões.

Nas contas financeiras, o saldo nos primeiros sete dias úteis deste mês ficou em US$237 milhões. Assim como em outubro, os investidores estrangeiros apostaram mais no mercado brasileiro. Além disso, dizem especialistas, as empresas estão conseguindo rolar mais suas dívidas, o que contribui para a entrada de dólares.

Petróleo cai 4,2% e arrasta ações da Petrobras

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou ontem em baixa de 0,31%, aos 41.162 pontos, pressionada pelos papéis da Petrobras (ON, -1%, e PN, -1,52%). O volume financeiro foi de R$3,195 bilhões. A desvalorização das ações da Petrobras deveu-se à expressiva queda dos preços do petróleo: o barril do leve americano recuou 4,22%, para US$56,25, e o do tipo Brent, 2,5%, para US$56,50.

Já o dólar encerrou com leve alta: 0,23%, cotado a R$2,1530. O risco-país ficou estável, a 214 pontos centesimais.

COLABORARAM Juliana Rangel e Rui Pizarro, do Globo Online