Título: MERCADO PREVÊ UM PIB AINDA MENOR
Autor: Patricia Duarte
Fonte: O Globo, 21/11/2006, Economia, p. 18

Economistas esperam expansão de 2,95%, segundo pesquisa do BC

BRASÍLIA e RIO. Pela segunda semana seguida, o mercado revisou para baixo o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, conjunto das riquezas produzidas no país) em 2006, mostrou o relatório Focus do Banco Central (BC) divulgado ontem. Agora, os especialistas falam em expansão de 2,95%, abaixo dos 2,97% da pesquisa anterior e da projeção do próprio BC (de 3,5%) e do governo (3,7%). Para 2007, a projeção de 3,50% foi mantida pela 12ª semana.

O desempenho ruim da indústria em setembro passado, quando recuou 1,4%, continua sendo o principal fator para a revisão. Porém, o mercado ajustou um pouco para cima seus cálculos para o crescimento da produção industrial neste ano, de 3,12% para 3,16%, bem como para 2007, de 4,15% para 4,30%.

Sobre inflação, o mercado espera que o IPCA feche 2006 a 3,08%, acima dos 3,05% do relatório anterior. Para 2007, a expectativa é que o indicador fique em 4,10%, abaixo dos 4,12% esperados antes. Em ambos os casos, os números estão abaixo do centro da meta do governo para o período, de 4,50%. Para os preços administrados, o Focus mostrou que o mercado espera alta de 4,06% em 2006 e em 2007, de 4,30%.

Copom reduzirá juros em meio ponto, revela pesquisa

Com preços sob controle, o mercado espera que o Comitê de Política Monetária (Copom) reduza a taxa básica Selic em 0,5 ponto percentual em sua próxima e última reunião do ano, na semana que vem. Com isso, os juros terminariam 2006 em 13,25% ao ano - encerrando dezembro de 2007 a 12%.

Para os demais indicadores econômicos, houve poucas mudanças. No caso da balança comercial, por exemplo, os cálculos para o superávit são de US$45 bilhões neste ano, ligeiramente acima dos US$44,95 bilhões do levantamento anterior. Em 2007, o movimento foi o oposto: passou de US$38 bilhões para US$37,42 bilhões.

Com respeito ao investimento estrangeiro direto, a expectativa é de entradas líquidas de US$15,60 bilhões em 2006, e de US$16 bilhões, no ano seguinte. Para a taxa de câmbio, o mercado não mudou suas projeções tanto para 2006 - encerrando a R$2,15 - quanto para o ano seguinte, com R$2,25.

O feriado do Dia da Consciência Negra paralisou o mercado financeiro brasileiro ontem, inclusive as bolsas de valores de São Paulo (Bovespa) e de Mercadorias e Futuros (BM&F). No mercado de câmbio, aconteceram apenas operações entre bancos e o dólar subiu 0,04%, para R$2,161.