Título: VALOR DOS EMPRÉSTIMOS AUMENTA
Autor: Cássia Almeida e Eliane Oliveira
Fonte: O Globo, 24/11/2006, Economia, p. 33

Com crédito consignado, financiamentos acima de R$ 5 mil já são 46,9% do total

BRASÍLIA e RIO. A criação do crédito consignado, com desconto em folha de pagamento e juros bem mais baixos do que os das linhas tradicionais, estimulou os brasileiros a tomarem empréstimos de valores mais elevados. Segundo novo recorte da pesquisa sobre taxas e spreads do Banco Central (BC), que passará a ser mensal, a participação das operações entre R$5 mil e R$50 mil no total de crédito concedido a pessoas físicas subiu de 42,2% em dezembro de 2004 para 46,9% em setembro último, chegando a R$145,763 bilhões.

Outro estímulo é a redução das taxas: em outubro caíram 0,7 ponto percentual, chegando a 53,1% ao ano nos bancos.

Pelos dados do BC, as linhas de até R$5 mil recuaram de 39% para 35,5% do total. Também diminuíram os financiamentos (excluindo habitacionais) acima de R$50 mil: de 18,8% para 17,6%. Já os prazos estão mais curtos. Os empréstimos com vencimento em até seis meses ficaram em 37% em setembro, e os entre 180 e 360 dias, em 18,5%. Para as empresas, o cenário é semelhante: o prazo de 180 dias responde por 47,6%.

Segundo o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, o consignado é a modalidade de financiamento que mais cresce. Só em outubro, o avanço foi de 2,4%, para R$45,680 bilhões, ou 52,7% do total da carteira de crédito pessoal do país.

Após terceira alta seguida, Bovespa bate recorde

A maior queda entre as taxas de juros foi do CDC para aquisição de bens duráveis, de dois pontos percentuais, para 59% ao ano. No cheque especial e no CDC de veículos, a queda foi de 0,9 ponto, para 142,6% e 32,1% ao ano, respectivamente.

O volume total de financiamentos alcançou R$697,3 bilhões em outubro, equivalente a 33,1% do Produto Interno Bruto (PIB). É o maior patamar desde junho de 1996 (33,2%).

Ainda sob o impacto da elevação da perspectiva para a classificação do Brasil pela agência Standard & Poor's, na quarta-feira, a Bolsa de Valores de São Paulo fechou ontem em alta pelo terceiro dia consecutivo. O Ibovespa subiu 0,37%, aos 42.069 pontos, superando o recorde histórico de 9 de maio, de 41.979 pontos. O dólar subiu 0,18%, para R$2,169, mas o movimento foi fraco devido ao feriado do Dia de Ação de Graças nos EUA.