Título: TARSO REFORÇA INTENÇÃO DE DIÁLOGO COM OPOSIÇÃO
Autor: Adauri Antunes Barbosa, Germano Oliveira
Fonte: O Globo, 25/11/2006, O País, p. 8

Ministro elogia governo Fernando Henrique

SÃO PAULO. Em almoço com empresários, o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, reafirmou ontem a intenção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de buscar o diálogo para a ¿concertação¿ com a oposição e os ex-presidentes, e elogiou Fernando Henrique Cardoso.

Tarso afirmou que o governo do tucano representou uma revolução democrática e consolidou as instituições. Tarso não disse se Lula convidará o antecessor para uma conversa. Depois, o petista negou que seu discurso fosse elogioso ao tucano.

¿ Não fiz nenhum elogio ao presidente, embora ele, como todo presidente republicano, mereça elogios também. Fiz uma constatação histórica. O que eu disse e confirmo é que, de 12 anos para cá, a qualidade de vida republicana no Brasil mudou. A democracia se consolidou, e isso diz respeito não a um presidente em particular, mas ao ciclo político que nós vivemos.

Para Tarso, uma parte da oposição guarda mágoa do governo em função dos resultados das urnas, que deram a Lula cerca de 60% dos votos válidos. O ministro não incluiu na lista dos ¿ressentidos¿ Fernando Henrique, que tem criticado Lula e os tucanos que mostraram disposição de dialogar com o governo.

Tarso citou o futuro governador de São Paulo, José Serra (PSDB), referindo-se a ele como virtual candidato do partido à Presidência da República em 2010.

¿ O que está em jogo é um programa para que o Brasil tenha 5% de crescimento em 2007. Isso interessa a todo mundo, inclusive aos prováveis candidatos da oposição. O Serra é um líder importante e, todos nós sabemos, pré-candidato à Presidência pelo PSDB.

O ministro aproveitou para mandar um recado às legendas que travam disputa por cargos no próximo governo Lula, e afirmou que não haverá desigualdade na composição da equipe.

¿ Nenhum partido será dono do governo. Nenhum. Não foi e não será. Quem acha que alguma legenda poderá ser a força dominante está equivocado ¿ disse, sem citar partidos.

(*) Do Diário de S.Paulo