Título: JOBIM É O NOME MAIS FORTE PARA PRESIDIR PMDB
Autor: Ilimar Franco
Fonte: O Globo, 25/11/2006, O País, p. 9

Ex-presidente do STF tem apoio de Lula, mas Paes de Andrade também é citado por dirigentes; convenção é em março

BRASÍLIA. Contando com o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a simpatia da maioria dos líderes do PMDB, o ex-presidente do STF Nelson Jobim é o nome mais forte para assumir a presidência do partido, na convenção marcada para março. Durante esta semana, Jobim conversou separadamente com os principais dirigentes dos diversos grupos do PMDB, entre eles o presidente Michel Temer (SP), o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), o senador José Sarney (AP) e o deputado Geddel Vieira Lima (BA).

O nome de Jobim para substituir Temer, no entanto, não é a única alternativa. O governador do Paraná, Roberto Requião, e o próprio Sarney falam também no nome do atual embaixador do Brasil em Portugal, Paes de Andrade, que está deixando o posto e voltando ao Brasil.

Com fortes ligações com a ala do partido que deu apoio aos tucanos nas eleições, Jobim trabalha para superar obstáculos no grupo mais antigo dos governistas no PMDB. Todos reconhecem que o nome de Jobim é forte, mas alertam que não se pode atropelar a sucessão.

¿ Não pode haver precipitação. Estamos construindo a unidade do partido. O futuro presidente será aquele que for mais representativo desta unidade em março, quando haverá a convenção ¿ disse Renan.

¿ O Jobim é um nome. No PMDB não há unanimidades. Só não gosto disso: o Ministério vai sair em março, a presidência da Câmara em fevereiro, e a escolha do presidente do PMDB, que é em março, querem decidir agora? ¿ ponderou o deputado Geddel Vieira Lima.

A despeito da cautela, estão avançadas as articulações em torno de Jobim. Ministro da Justiça no governo Fernando Henrique, Jobim acertou com Temer que não se apresentará como um candidato de oposição. Para Sarney e Renan, Jobim assumiu o compromisso de manter uma posição de equilíbrio nas disputas internas. Lula também defendeu, junto a Renan e Sarney, o nome de Jobim. Lembrou que lutou, sem sucesso, por uma aliança com o PMDB, com Jobim como vice.

Há um consenso de que o partido precisa ter um presidente representativo para que a coalizão PT-PMDB se consolide. Não só para a governabilidade de Lula, mas para a disputa presidencial de 2010.

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