Título: PETROBRAS PREFERE ESPERAR
Autor: Mariana Timóteo
Fonte: O Globo, 29/11/2006, O Mundo, p. 31

Ministro de Energia diz não haver motivo para preocupação

Uma fonte ligada à área técnica da Petrobras disse ontem que é prematuro avaliar o impacto das declarações do presidente eleito do Equador, Rafael Correa, sobre a possibilidade de rever os contratos de empresas petrolíferas que operam no país.

- Ainda não temos nada concreto, precisamos esperar o programa de governo para ver o que realmente vai acontecer - afirmou a fonte. Oficialmente, a estatal brasileira não quis se pronunciar sobre o assunto.

A operação da Petrobras no país se dá por meio da Petrobras Energia Equador, empresa criada após a aquisição da argentina Perez Companc, em 2002, que tinha negócios por lá. O braço da estatal brasileira no Equador tem participação na exploração e na produção de petróleo em dois blocos, sendo que apenas um - o 18, localizado na província de Napo - está em operação, com produção diária de cerca de 15 mil barris de óleo e gás natural equivalentes. A produção total do bloco é estimada em 30 mil barris diários. Já o Bloco 31, que tem boa parte de sua área no Parque Nacional Yasuní, ainda não saiu do papel porque ainda depende de licença ambiental. A Petrobras concluiu em setembro um novo estudo de impacto ambiental, mas ainda aguarda o sinal verde do governo equatoriano.

A Petrobras informou, ontem, que a previsão é de que sejam investidos US$300 milhões nos próximos anos. Atualmente, a Petrobras Energia tem cerca de 200 empregados no Equador, mas a previsão é de que, apenas com o projeto do Bloco 31, sejam gerados mais de 1.500 postos de trabalho diretos na etapa de construção, segundo informações do site da estatal.

Segundo ministro, estatal já tinha avaliado todos os riscos

Ontem, antes de tomar conhecimento da declarações do futuro presidente do Equador, o ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, não se mostrou preocupado. Segundo ele, a Petrobras avalia todos os riscos de seus investimentos no exterior.

- O Equador é um local importante por se tratar da América do Sul, mas a Petrobras avalia todos os riscos e todas as vantagens quando faz investimentos no exterior. Então, não existe motivo para preocupação maior com respeito à vontade soberana decidida por governantes em qualquer país - destacou Rondeau.

COLABOROU: Ramona Ordoñez