Título: PFL LANÇA AGRIPINO À PRESIDÊNCIA DO SENADO
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Fonte: O Globo, 30/11/2006, O País, p. 8

Tucanos declaram apoio à candidatura, mas nos bastidores fazem restrições ao nome escolhido

BRASÍLIA. Por unanimidade, a bancada do PFL decidiu ontem lançar a candidatura do senador Agripino Maia (RN) à presidência do Senado. Na primeira consulta feita ao PSDB, o presidente do partido, senador Tasso Jereissati (CE), deu apoio integral ao nome de Agripino. Mas, nos bastidores, a candidatura da oposição sofre resistências tanto de pefelistas como de tucanos, preocupados em perder seus cargos na Mesa do Senado.

Agripino, no entanto, está confiante de que poderá reverter o favoritismo do atual presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que trabalha com o apoio do Palácio do Planalto para garantir a própria reeleição.

¿ Com o apoio do PSDB, minha candidatura está consolidada e passa a existir oficialmente ¿ anunciou Agripino, depois de tomar conhecimento do apoio de Tasso à sua candidatura.

Apesar do apoio público ¿ sem o qual seria arranhada a aliança entre PSDB e PFL de oposição a Lula ¿ os tucanos não escondem nos bastidores sua resistência ao lançamento de uma candidatura do grupo. A avaliação deles é que as chances de vitória de Agripino são quase remotas. Além disso, estariam incomodados com o fato de a cúpula pefelista estar tentando jogar para o PSDB a responsabilidade por um eventual fracasso do candidato do PFL. Os tucanos também temem perder, numa eventual disputa, o espaço que dispõem hoje na Mesa do Senado.

Chinaglia diz ser candidato na Câmara

O líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), admitiu ontem, pela primeira vez publicamente, sua candidatura à presidência da Câmara. Nome consensual da bancada do PT, Chinaglia disse que a escolha de seu nome dependerá de apoio dos demais partidos da base governista, principalmente o PMDB, que conquistou nas urnas a maior bancada de deputados. Já o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, disse ontem que é ¿natural¿ que nomes sejam apresentados neste momento.

¿ Existe a possibilidade de eu vir a ser candidato, mas sou dependente da bancada do PT e dos que apóiam o governo. Estou conversando. Ninguém vira presidente da Câmara só porque quer ou o partido quer. É preciso ter amplo apoio na Câmara. Existe a possibilidade? Existe ¿ disse Chinaglia.

A candidatura de Chinaglia é defendida pela bancada do PT, e segundo petistas, já teria o apoio de outros três partidos da base: PP, PL e PTB.