Título: EM 3 ANOS, PF APREENDE 220 MIL COMPRIMIDOS
Autor: Antônio Werneck
Fonte: O Globo, 30/11/2006, Rio, p. 17

Ecstasy já é a 2ª droga mais consumida

A Polícia Federal divulgou, em abril passado, que em três anos havia apreendido no país cerca de 220 mil comprimidos de ecstasy. Desse total, 33 mil tinham sido recolhidos de uma só vez no Rio. Foi a maior apreensão já registrada no Brasil. Aconteceu no ano passado, quando um universitário foi preso por agentes federais no Aeroporto Internacional Tom Jobim com os comprimidos de ecstasy, além de um quilo de skank, espécie de maconha cultivada em laboratório, que também está na moda entre jovens. O estudante, então com 22 anos, foi aliciado por um amigo da sua turma de surfistas na Barra. O rapaz foi condenado por tráfico.

Segundo investigações, o traficante de drogas sintéticas no Rio costuma ser jovem e de classe média. Ele não sobe favelas e é aliciado por empresas de fachada para trazer os produtos da Europa ¿ Amsterdã, na Holanda, é o principal mercado produtor ¿ e revendê-los em festas rave e pela internet. Também no ano passado, a Polícia Civil fez três grandes operações contra o tráfico de ecstasy, prendendo 40 jovens, moradores de condomínios da Barra e de Niterói. A droga, que, além de países europeus, pode vir dos Estados Unidos, já é a segunda mais consumida no Brasil, atrás apenas da maconha.

O volume de drogas sintéticas apreendidas e o seu consumo têm crescido. Anteontem, o Conselho Estadual Antidrogas (Cead) informou que, em outubro deste ano, houve um aumento no número de atendimentos a usuários de drogas como crack e ecstasy, em comparação com o mesmo mês do ano passado.