Título: Lula: gesto importante
Autor: Isabela Martin
Fonte: O Globo, 01/12/2006, O País, p. 3

Presidente pede que outros partidos sigam PMDB

ABUJA, Nigéria. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva considerou importante o fato de o conselho político do PMDB ter aprovado o ingresso na coalizão do segundo mandato. Apesar de elogiar a atitude, o presidente disse que não teve problemas de governabilidade no primeiro mandato, durante o qual o PMDB não estava unido em torno das propostas do petista.

¿ Este gesto do PMDB é importante. Espero que seja um gesto de todos os partidos que compõem a base do governo para que a gente possa, em vez de ficar discutindo cargos, discutir políticas públicas, de desenvolvimento, infra-estrutura e investimento, que é o que todo mundo quer.

Questionado se o apoio tornará a governabilidade mais fácil no segundo mandato, Lula disse que não enfrentou problemas até então, embora não tenham sido poucas as ocasiões nas quais acusou as elites de tramarem um golpe contra ele e de criticar o Congresso pela lentidão em que votava projetos que o governo considerava importantes:

¿ Eu não tive problema de governabilidade no primeiro mandato. Com a aprovação do Fundeb e da Lei da Micro e Pequena Empresas, aprovei tudo o que mandei ao Congresso.

Para o presidente, a Câmara e o Senado são reflexos da sociedade e acabam fazendo o que é mais importante para o país:

¿- O Congresso não é diferente daquilo que a gente vê todo dia no mundo inteiro. O Congresso é uma Casa que tem todas as matizes ideológicas, todas as origens sociais ¿ disse Lula, lembrando que o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, perdeu a maioria no Congresso nas eleições. ¿ E nem por isso deixará de governar.

Ontem, no segundo dia de visita à Nigéria, Lula aparentava estar melhor, com menos dores no pé direito, que torceu na segunda-feira à noite, na Granja do Torto, embora tenha se locomovido ainda na cadeira. Anteontem Lula cancelou sua agenda pública por causa de fortes dores e foi obrigado a usar uma tala no pé e uma cadeira de rodas. Mas o presidente estava otimista, prometendo cumprir o repouso exigido pelos médicos nos próximos três dias.

¿ Se eu não andar na sexta, sábado e domingo, talvez na segunda-feira dê para bater uma bolinha ¿ brincou, antes de embarcar de volta para o Brasil.

COLABOROU: Luiza Damé