Título: Para governo, documento é só retórico
Autor: Ana Paula de Carvalho e Arnaldo Ferreira
Fonte: O Globo, 01/12/2006, O País, p. 14

Ministro refuta `visão sulista e urbana da questão agrária¿

BRASÍLIA. O ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, respondeu às críticas do relatório da Rede Social de Justiça e Direitos Humanos. O ministro classificou o documento como retórico, sectário e distante do meio rural brasileiro:

¿ O documento expressa uma visão sulista e urbana da questão agrária, porque desconhece a gravidade do tema da grilagem de terras públicas no Norte do país, que gera trabalho escravo, desmatamento e até provocou a morte da missionária Dorothy Stang. Durante o primeiro mandato do governo Lula, o tema não se esvaziou. Ao contrário, ganhou relevância.

Para ele, a importância da reforma agrária para o governo pode ser medida pelo valor destinado a ela no Orçamento. Segundo ele, no primeiro ano do governo Lula, em 2003, com o Orçamento preparado pela administração anterior, foram destinados R$400 milhões para a obtenção de terras. Neste ano, o governo gastou R$1,5 bilhão:

¿ Vamos assentar 400 mil famílias em quatro anos. Já assentamos mais de 350 mil. Estamos qualificando os assentamentos.

A Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República informou que não se manifestaria sobre o relatório.