Título: Comércio recorde com a Argentina
Autor: Mariza Louven e Patricia Eloy
Fonte: O Globo, 01/12/2006, Economia, p. 38

Transações com o Brasil subirão 23,5% este ano, para US$20 bilhões

A Argentina consolida, este ano, a posição de segundo maior parceiro comercial do Brasil. A corrente de comércio (importações mais importações) com aquele país deve chegar a US$20 bilhões, um recorde histórico e também uma evolução de 23,5% sobre 2005. A informação foi dada pelo secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Ivan Ramalho, durante o 26º Encontro Nacional de Comércio Exterior (Enaex), depois de participar da última reunião bilateral Brasil-Argentina do ano.

¿ Começamos 2006 com problemas com nossos vizinhos, mas conseguimos resolver a maioria deles ¿ disse.

O aumento do comércio com a Argentina foi motivo de comemoração também pela qualidade dos itens exportados para lá pelo Brasil: 90% são produtos manufaturados, de alto valor agregado, como automóveis e têxteis. O maior parceiro do Brasil continuam sendo os Estados Unidos, com uma corrente de comércio que deverá chegar a US$40 bilhões em 2006, acrescentou Ramalho.

Os serviços, que movimentam US$3,5 trilhões por ano no mundo ¿ o Brasil só participa com 0,6% ¿, também foram destaque no Enaex, que contou com a presença dos ministros Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento) e Márcio Fortes de Almeida (Cidades).

Apesar do elevado superávit comercial do Brasil, o déficit na balança de serviços passará de US$33 bilhões em 2005 para US$40 bilhões este ano, informou o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), Benedicto Fonseca Moreira. Ele defendeu o aumento das vendas de serviços para acabar com a vulnerabilidade do balanço de pagamentos do país.

Já Roberto Giannetti da Fonseca, presidente da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex), cobrou mais flexibilidade no câmbio para aumentar a competitividade do setor.