Título: Tarso chama ataque de Ciro de fogo fraterno
Autor: Luiza Damé
Fonte: O Globo, 02/12/2006, O País, p. 10

Lula orientou seu articulador político a evitar polêmica com o ex-ministro, que criticou a economia e o acordo com PMDB

BRASÍLIA. A ordem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, logo nas primeiras horas da manhã de ontem, foi clara: não polemizar com seu ex-ministro Ciro Gomes. Depois de se reunir com o presidente, no Palácio da Alvorada, o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, minimizou as críticas de Ciro ao ¿crescimento medíocre¿ da economia brasileira e à participação do PMDB no governo. Tarso classificou de ¿fogo fraterno¿ as palavras do deputado eleito pelo PSB, partido que tem se queixado de não estar ainda discutindo sua participação no governo Lula.

A insatisfação com os rumos da formação do governo de coalizão já fora manifestada pelo presidente do partido, o também ex-ministro Roberto Amaral. Ontem, Tarso confirmou que Lula terá encontro com a direção do PSB na segunda-feira.

¿ É o fogo fraterno do Ciro. Ciro é nosso companheiro, é companheiro de frente política de governo, uma pessoa competente ¿ disse Tarso.

Para Tarso, numa coalizão ampla como a que está em construção, as divergências de opinião são naturais. Ele afirmou que não responderia aos ataques de Ciro ao PMDB, mas defendeu a aliança com o partido, argumentando que é importante para a estabilidade política do governo. Ciro disse, em entrevista à Rádio CBN do Povo, de Fortaleza, que o PMDB é um elefante branco que não consegue convergir para canto algum.

Tarso disse que a experiência em países desenvolvidos mostra a importância de um partido de centro numa coalizão.

¿ O governo tem a convicção de que é necessário ter um grande partido centrista, articulado nacionalmente, para ter estabilidade para governar ¿ disse.