Título: Índios, os mais excluídos
Autor: Cássia Almeida
Fonte: O Globo, 03/12/2006, Economia, p. 57

Resultados de pesquisa foram desastrosos

Pior que a população do campo, os 724 mil índios são os mais excluídos nos indicadores educacionais. O pesquisador Mauricio Blanco usou índices diferentes do restante da população para medir a igualdade educacional dos indígenas, e os resultados foram desastrosos. No Brasil, 75,18% das escolas funcionam em prédios ¿ há as que estão em galpões, casas, barracos, ao ar livre. Para a população indígena, essa proporção é de apenas 0,62%:

¿ Mesmo respeitando os critérios dos indígenas sobre o tipo de prédio que preferem, a situação é muito ruim.

A formação do corpo de professores também é pior. Na média, 43,12% dos mestres têm superior completo no ensino fundamental. Para os índios, essa parcela cai para 6,15%.

¿ Essas situações fazem parte da complexidade do Brasil. No extremo noroeste da Amazônia, um município, que é maior do que nove estados do Brasil, concentra 32 povos indígenas que falam 30 línguas diferentes. É realmente um desafio ¿ diz Ricardo Henriques, da Secad.

Para outros recortes, Blanco usou sete variáveis, como freqüência, conclusão, acesso à universidade, anos de estudo. O índice vai de 0 a um, que é a igualdade perfeita:

¿ O indicador permite que se mude os componentes e acompanhe a evolução da educação ¿ diz Blanco. (C.A.)