Título: Disputa por vaga no TCU racha base
Autor: Braga, Isabel
Fonte: O Globo, 05/12/2006, O País, p. 4

Dos oito candidatos, quatro são de partidos aliados do governo Lula

BRASÍLIA. Oito candidatos disputam amanhã, em votação no plenário da Câmara, o cargo vitalício de ministro do Tribunal de Contas da União (TCU). Os deputados da base governista que desejam o cargo tentaram a realização de uma prévia para levar ao plenário o nome mais votado entre eles, mas um acordo neste sentido não deve vingar. Nos bastidores, a iniciativa vem sendo encarada como uma tentativa de referendar a candidatura do PMDB ¿ Osmar Serraglio (PR) ¿ ou do PT ¿ Paulo Delgado (MG).

Um dos candidatos, o petebista Luiz Antonio Fleury Filho (SP), defendeu a adoção do que chamou de voto ponderado.

¿ Tem que adotar o voto ponderado nesta prévia. O PMDB e o PT têm o dobro de deputados que têm o PTB e o PSB e saem em vantagem. E não há garantias de que o vencedor da prévia vença em plenário ¿ disse Fleury, avisando: ¿ Só topo participar se houver igualdade de chances na disputa.

O líder do PMDB na Câmara, Wilson Santiago (PB), considera muito difícil um acordo neste sentido:

¿ Ninguém quer abrir mão.

A base aliada disputa hoje com quatro candidatos: além de Fleury (PTB), Delgado e Serraglio, o ex-deputado José Antonio de Almeida (PSB-MA). O PDT, que está com um pé no governo de Lula, concorre com Ademir Camilo (MG). A oposição tem dois candidatos: Aroldo Cedraz (PFL-BA) e Gonzaga Motta (PSDB-CE). O oitavo candidato é o secretário-geral da Mesa, Mozart Vianna, funcionário de carreira da Casa e indicado pelo PSOL e pelo PSC.

O cargo é vitalício, com salário mensal de R$23 mil (bem maior do que o de deputado), e dá direito a carro com motorista. Por isso, a vaga provoca tanta disputa. Dos oito concorrentes, quatro são deputados que não conseguiram se eleger (Delgado, Cedraz, Fleury e Gonzaga Motta). A eleição é secreta, e vence o que obtiver maioria simples, com pelo menos 257 deputados presentes.