Título: Acidentes em rodovias custam R$22 bi ano ano
Autor: Barobosa, Adauri Antunes
Fonte: O Globo, 15/12/2006, O País, p. 13

Gasto com resgate, saúde, perda de cargas, danos e atendimento policial representa metade do déficit da Previdência

SÃO PAULO. Os acidentes nas rodovias brasileiras custam R$22 bilhões por ano, conforme levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) divulgado ontem, em São Paulo, pela Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP). Desse total, os acidentes nas estradas estaduais custam R$14,1 bilhões; nas federais, R$6,5 bilhões; e nas municipais, R$1,4 bilhão. De julho de 2004 a julho de 2005, período da pesquisa, foram registrados cerca de 372 mil acidentes no país.

¿ Esses R$22 bilhões representam praticamente a metade do déficit da Previdência deste ano (estimado em R$42 bilhões) ¿ comparou o presidente do Ipea, Luiz Henrique Proença Soares.

Para chegar aos custos dos acidentes, o relatório executivo denominado ¿Impactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito nas rodovias brasileiras¿ utilizou dados de 2004 e 2005, com preços do ano passado, e adotou todos os aspectos econômicos envolvidos, divididos em quatro categorias: custos relativos às pessoas, aos veículos, à via/ambiente e custos institucionais (atendimento do acidente). Essas categorias englobam gastos com saúde, remoção e traslado, danos e remoção dos veículos, perda de cargas, atendimento policial e danos a propriedades.

Superintendente da ANTP: ¿problema de saúde pública¿

Os componentes gastos pelas pessoas representam 68,45% dos custos dos acidentes e incluem perda de produção por afastamento temporário ou permanente, remoção/translado do morto e o atendimento pré-hospitalar (resgate), hospitalar e pós-hospitalar.

¿ São as pessoas que estão sofrendo os impactos dos acidentes de trânsito. É para a preservação da vida e da saúde física e mental das pessoas que o setor público deve atuar prioritariamente. Ou seja, esse é um problema de saúde pública ¿ defende o superintendente da ANTP, Marcos Bicalho.