Título: Bancada fluminense é a que tem mais representantes evangélicos
Autor: Gois, Chico de
Fonte: O Globo, 17/12/2006, O País, p. 4

Em números absolutos, estado tem a maior quantidade de deputadas

BRASÍLIA. O eleitorado do Rio barrou todos os parlamentares envolvidos com a máfia das ambulâncias e que tentaram a reeleição. No total, 13 atuais deputados não voltarão à Câmara, sendo que três deles nem tentaram novo mandato. Não se pode dizer, por isso, que a bancada do Rio que tomará posse no Congresso em fevereiro é melhor ou pior que a atual. É, sim, bastante diversa e com algumas curiosidades.

A bancada do Rio é, por exemplo, a que tem mais representantes evangélicos. São seis parlamentares de um total de 49 ¿ 46 deputados e três senadores ¿, sendo apenas dois deles reeleitos. Em números absolutos, o Rio é também o estado que tem a maior bancada feminina da Câmara: seis, dos 46.

Pai e filho também atuarão juntos na bancada fluminense na Câmara a partir do ano que vem: o deputado Nelson Bornier (PMDB), reeleito com 132.932 votos, dividirá espaço com o filho Felipe Bornier (PHS), que se elegeu com 30.782 votos.

Renovação dos deputados fluminenses foi de 54,34%

O índice de renovação de deputados fluminenses nesta eleição foi de 54,34%, muito próximo ao registrado em 2002, quando 52,2% novos deputados assumiram uma vaga na Câmara pelo Rio de Janeiro.

Diferentemente do que ocorreu nas outras unidades federativas, o coeficiente eleitoral (número de eleitores dividido por número de vagas) no Rio foi menor agora do que na eleição de 2002, quando chegou a 175.243 votos. Nesta eleição, o quociente caiu para 172.219 votos. E somente cinco deputados alcançaram ou passaram essa marca: Fernando Gabeira, do PV (293.057 votos), Rodrigo Maia, do PFL (235.111), Leonardo Picciani, do PMDB (173.211), Geraldo Pudim, do PMDB (272.457) e Andréia Zito, do PSDB (190.413).

Da atual legislatura, dois deputados concorreram ao governo fluminense e foram derrotados: Juíza Denise Frossard (PPS) e Eduardo Paes (PSDB). E três postularam uma vaga no Senado: Ronaldo Cezar Coelho (PSDB), Jandira Feghali (PCdoB) e Francisco Dornelles (PP). Com exceção de Dornelles, que conquistou a vaga, eles não estarão no Congresso a partir de fevereiro.

Dornelles irá assumir o lugar de Saturnino Braga (PT), que não concorreu. Eleito deputado federal cinco vezes consecutivas e três vezes ex-ministro ¿ da Fazenda do governo Sarney; da Indústria e Comércio e do Trabalho na gestão de Fernando Henrique Cardoso ¿ Dornelles assumirá o Senado depois de uma eleição bastante disputada com Jandira Feghali, a quem venceu com uma diferença de 8,52 pontos percentuais.

Para o lugar de Sérgio Cabral (PMDB), eleito governador, assumirá o suplente Paulo Duque, 79 anos, deputado estadual por oito mandatos. Atualmente, ele é presidente do PMDB do município do Rio. Considerado um dinossauro político, Duque convive há mais de meio século com os líderes da política fluminense, de Carlos Lacerda a Anthony Garotinho, de Chagas Freitas a Leonel Brizola. O terceiro senador do Rio é o evangélico Marcelo Crivella (PRB).

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