Título: Aldo afirma que despesas não vão aumentar
Autor: Franco, Ilimar e Vasconcelos, Adriana
Fonte: O Globo, 14/12/2006, O País, p. 5

Virgílio: `Por que um rapaz do MP pode ganhar mais?¿

BRASÍLIA. A polêmica do reajuste dos parlamentares acirrou os debates ontem no Congresso. O presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP) disse que há duas propostas em discussão e que serão tratadas hoje na reunião das Mesas.

¿ Uma proposta faz a reposição da inflação e outra, a equiparação com os salários dos ministros do Supremo. Na reunião de amanhã (hoje) vou mais ouvir do que falar. Qualquer aumento salarial vai representar cortes em outras áreas. Não vamos aumentar o orçamento do Legislativo.

A maioria dos líderes na Câmara defende algum tipo de reajuste. O líder do PMDB, Wilson Santiago (PB), propôs a equiparação e a redução das cotas para gastos com telefone e Correios, hoje de R$4.268. O líder do PDT, Miro Teixeira (RJ), propôs que se abra mão da verba indenizatória de R$15 mil.

O deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) cobrou dos candidatos a presidente nas duas Casas uma discussão aberta:

¿ Não aceito que o aumento seja concedido sem discussão.

¿O silêncio será encarado por mim como conivência¿

O senador Jefferson Peres (PDT-AM) cobrou um posicionamento público de Renan Calheiros (PMDB-AL), e de seu provável adversário na disputa pela reeleição à presidência do Senado, Agripino Maia (PFL-RN):

¿ Espero que Renan e José Agripino venham aqui, da tribuna, dizer se concordam com isso. O silêncio será encarado por mim como conivência, e disso dependerá meu voto para presidente da Casa. O meu voto é um em 81, mas não voto em nenhum dos dois se não forem muito claros quanto a isso.

O líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), defendeu o reajuste:

¿ Por que um rapaz do Ministério Público ou um ministro do Supremo pode ganhar mais do que um senador? Nosso trabalho não é relevante? (I.F. e A.V.)

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