Título: Renan e Aldo decidem hoje reajuste de parlamentares
Autor: Franco, Ilimar e Vasconcelos, Adriana
Fonte: O Globo, 14/12/2006, O País, p. 5

BRASÍLIA. Os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), convocaram para a manhã de hoje reunião conjunta das duas Mesas para deliberar sobre o aumento dos subsídios de deputados e senadores que entrará em vigor na próxima legislatura, em fevereiro. A proposta inicial das Mesas, de conceder a equiparação salarial com os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que ganham R$24.600 mensais, dificilmente será aprovada, diante do temor de líderes partidários de uma reação vigorosa da opinião pública.

A tendência é reajustar os subsídios pela inflação do período (28,4% pelo IPCA), de R$12.800 para R$16.500. A maioria dos líderes nas duas Casas considera um aumento justo, mas avalia que a equiparação só pode ser aprovada se forem cortados vencimentos indiretos, como a verba indenizatória e as cotas para telefone e Correios.

Após ouvir cobranças do senador Jefferson Peres (PDT-AM), que da tribuna expôs seu constrangimento com a possibilidade de aprovação do aumento na véspera do recesso do Legislativo, Renan disse que o tema será debatido à luz do dia:

¿ Essa não será uma decisão pessoal, mas coletiva. Esse é um assunto que deverá ser decidido de uma forma ou de outra e o debate será feito à luz do dia. E a mim caberá expressar o pensamento da Casa nesta questão ou em qualquer outra.

Renan citou seu esforço para reduzir as despesas da Casa:

¿ Cortamos no ano passado R$24 milhões. Este ano, economia deverá chegar a R$50 milhões. Além disso, barramos o aumento do subsídio que o deputado Severino Cavalcanti (PP-PE) queria dar no meio desta legislatura. Não farei nada irresponsável.