Título: Uma assembleia para profissionais
Autor: Santos, Ana Cecília e Delmas, Maria Fernanda
Fonte: O Globo, 16/12/2006, Economia, p. 35

Em pouco mais de 1 hora, decisão sobre futuro da empresa é conhecido

Foi a primeira vez que fui a uma assembléia de acionistas. Aliás, nem sabia que era acionista da Telemar. Ao receber a carta convocando para a primeira assembléia, confesso que pouco entendi do que se tratava. Não tenho ¿ e acho que a maioria das pessoas não tem ¿ costume de comprar ações e acompanhar tão de perto negociações desses papéis.

A assembléia, marcada para as 9h, começou depois das 10h, era uma reunião para profissionais. Cerca de cem pessoas, a maioria de paletó e gravata, estava reunida na sede da Associação Atlética Banco do Brasil, na Zona do Sul. Para receber os acionistas, a Telemar ofereceu até café da manhã. A demora, explicavam, devia-se ao fato de um dos procuradores estar representando muitos acionistas, e havia problema no código de barras de três cédulas. Ao começar a sessão, o presidente da assembléia, Paulo Aragão, lia tão rápido que cheguei a ter dificuldade de acompanhar.

Logo no início, um dos acionistas perguntou a equivalência das ações ordinária e preferencial para a nova ação da Telemar Participações, a futura Oi Participações. Ele demonstrou sua preocupação de que a Bovespa reunisse as ações em lotes de dez, dividindo o valor primário da ação, e pediu que a Telemar intervisse. Aragão respondeu que a companhia se colocaria à disposição para discutir o assunto em outro momento e encerrou a primeira etapa. Logo depois passaram as urnas onde foram depositadas as cédulas. Depois de quase uma hora de contagem e auditagem, veio a resposta: 36,94% rejeitaram a proposta.

* Nadja Sampaio é jornalista e acionista da Telemar