Título: Tabela do IR para pessoa física é corrigida em 4,5%
Autor:
Fonte: O Globo, 21/12/2006, O País, p. 8

Limite de isenção para pagamento do imposto passa de R$1.257,12 para R$1.313,69

BRASÍLIA. O Senado aprovou ontem à noite a Medida Provisória 328, onde foi incluída a correção da tabela do Imposto de Renda das Pessoas Físicas no percentual de 4,5%, em 2007. Poucas horas antes havia sido fechado um acordo entre o governo e as centrais sindicais, que garantiu que a tabela será corrigida em 4,5% durante os quatro anos do segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Com a correção da tabela, o limite de isenção no salário do trabalhador passará de R$1.257,12 para R$1.313,69. Para quem paga, o imposto será cobrado a partir deste valor.

O custo adicional dessa correção em 2007 será de R$210 milhões, já que a proposta do Orçamento já previa a correção da tabela em 3%. O governo negociou com as centrais a correção da tabela, junto com uma política de longo prazo para o salário mínimo.

As centrais sindicais negociaram a correção da tabela do Imposto de Renda ao mesmo tempo em que acordaram o novo valor do salário mínimo.

Segundo Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, da Força Sindical, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva acompanhou as negociações com as centrais e os ministros do Trabalho e da Previdência até perto da meia noite de terça-feira.

Correção também para gastos com dependentes

A correção de 4,5% vale também para o limite de despesas com dependentes e gastos com educação. O reajuste da tabela do IR foi proposto inicialmente pelo relator do Orçamento, senador Valdir Raupp (PMDB-RO), que queria reajustar a tabela em 5% em 2007 e em 5% em 2008, mas a equipe econômica ficou contra a medida e aceitou apenas a correção de 3% em 2007 e uma previsão de reajuste de 3% em 2008. Ontem, com o acordo fechado com as centrais sindicais, o governo atropelou o relator e anunciou o reajuste maior de 4,5%, o que causou constrangimento na Comissão de Orçamento.

As bases do acordo para a tabela do IR anunciado pelos ministros do Trabalho, Luiz Marinho, e da Previdência , Nelson Machado, são um pouco diferentes do acordo fechado na madrugada de quarta-feira. Na manhã de ontem, o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira, havia informado que a correção da tabela seria de 4,6% em 2007 e nos anos seguintes obedeceria uma fórmula mais complexa, que consideraria a inflação passada. (Regina Alvarez)