Título: Cresce número de famílias chefiadas por mulheres
Autor: Almeida, Cássia e Louven, Mariza
Fonte: O Globo, 21/12/2006, Economia, p. 34

Entre as que têm cônjuge, taxa quintuplica e atinge 18,5%

As mulheres ampliaram, nos últimos dez anos, o papel de provedoras de parentes e agregados. A Síntese dos Indicadores Sociais, do IBGE, revela que aumentou de 20,2% para 28,3% o índice de mulheres que chefiam suas famílias. Entre as que têm cônjuge, o percentual quintuplicou de 1995 a 2005 (de 3,5% para 18,5%). Além disso, a média na região metropolitana é muito maior do que a média nacional: varia de 31% na grande Porto Alegre a 42%, em Salvador.

A composição das famílias também mudou, mostra o IBGE. Em dez anos, caiu de 52,1% para 45,6% a proporção de casais com filhos e sem parentes. No Nordeste, por exemplo, a queda foi de 57,7% em 1995 para 51,3% em 2005; no Sudeste, de 56,6% para 48,5%, em dez anos.

O índice de casais sem filhos e sem parentes subiu de 11,3% para 13,5% no mesmo período. Também cresceu a proporção de mulheres sem cônjuge com filhos e sem parentes (de 13,2% para 15,2%). A pesquisa revela, ainda, que as mulheres gastam 25,2 horas semanais, em média, com afazeres domésticos.

Quase 6 milhões de pessoas moram sozinhas

As chamadas unidades unipessoais (residências onde as pessoas moram sozinhas) cresceram sistematicamente nos últimos dez anos, atingindo quase seis milhões em 2005. Chama a atenção os percentuais obtidos em Porto Alegre (15%), seguido por 13,8% no Rio. Em sua maioria, essas unidades são ocupadas por pessoas de mais de 60 anos e, em especial, por mulheres.

O tamanho médio das famílias diminuiu, em dez anos, de 3,9 para 3,4 componentes no Nordeste, e no Sudeste, de 3,4 para 3,1. Essa queda, explica o IBGE, é reflexo da maior presença das mulheres no mercado de trabalho - que tende a reduzir a taxa de fecundidade.

Outro dado revelado pelo IBGE foi a redução do número de famílias que vivem com rendimento per capita de até meio salário mínimo. Nos casos em que são chefiadas por mulheres, a queda foi de 3,8 pontos percentuais, em dez anos. Quando o comando é masculino, a redução foi de 3,5 pontos.