Título: Desgastado, Aldo reafirma a Lula que é candidato
Autor: Lima, Maria e Jungblut, Cristiane
Fonte: O Globo, 22/12/2006, O País, p. 8

Carta de Marco Aurélio Garcia ao PMDB propondo acordo para eleger Chinaglia irrita o presidente da Câmara

BRASÍLIA. Insatisfeito com a carta enviada pelo presidente do PT, Marco Aurélio Garcia, ao PMDB propondo um acordo para eleger Arlindo Chinaglia (PT-SP) para a presidência da Câmara, o atual presidente da Casa, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), comunicou ontem oficialmente ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que é candidato à reeleição. Ele foi ao encontro de Lula instigado pelos aliados de PL, PP, PSB, PFL e de parte do PMDB. Até o líder do PFL, Rodrigo Maia (RJ), insistiu que ele precisava tornar pública sua candidatura, para acabar com a idéia de que Chinaglia estava ampliando seu espaço.

Decidido a botar sua campanha na rua junto com os aliados, Aldo preferiu primeiro comunicar a decisão a Lula. E aproveitou para reclamar do gesto de Chinaglia e Garcia.

¿ A carta do Marco Aurélio Garcia e do Chinaglia, propondo o acordo ao PMDB, deixou a base sem alternativa, e resolvi assumir minha candidatura. Estou vindo comunicar primeiro ao senhor por dever de lealdade, porque o pessoal vai botar a campanha na rua ¿ disse Aldo ao presidente ontem à tarde.

Logo que o presidente do PMDB, Michel Temer, tornou pública a carta de Garcia, o texto foi levado a Aldo na Mesa. Ele presidia a tensa sessão em que se discutia o aumento salarial dos parlamentares. Os deputados Ciro Nogueira (PP-PI), Renato Casagrande (PSB-ES) e Beto Albuquerque (PSB-RS) eram os mais irritados com as críticas inseridas na carta pelos petistas, para convencer o PMDB a ceder ao acordo para apoiar Chinaglia. O texto dizia que o Congresso vivia uma grave crise e isso foi entendido como se Aldo fosse responsável por ela.

¿ Quem são o Marco Aurélio Garcia e o Chinaglia para dizerem que vivemos uma grave crise? Estamos saindo dessa crise sem que o coordenador político do governo tivesse botado os pés aqui, e com o líder do governo em campanha ¿ protestou Casagrande.