Título: Biscaia defende CPI de críticas feitas por Izar
Autor: Braga, Isabel
Fonte: O Globo, 22/12/2006, O País, p. 11

Para petista, havia dados para o Conselho de Ética cassar os 69 indiciados pela comissão

BRASÍLIA. O presidente da CPI dos Sanguessugas, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), rebateu as acusações do presidente do Conselho de Ética, Ricardo Izar (PTB-SP), e de outros conselheiros, feitas ontem. Biscaia disse que havia elementos que indicavam a quebra de decoro dos 69 deputados indiciados pela CPI, seja pela liberação de emendas para o Grupo Planam ou pelo recebimento, pessoalmente ou por meio de terceiros, de valores da empresa.

Segundo Biscaia, o indiciamento foi ratificado no segundo relatório, embora o senador Amir Lando (PMDB-RO), tenha optado por não nominar novamente os indiciados.

¿ O Conselho de Ética buscou argumentos para inocentar os deputados. Os conselheiros sabem que a matéria não vai a plenário e querem dar um atestado de idoneidade aos representados. Por isso me ausentei da reunião de ontem ¿ disse Biscaia. ¿ Se querem inocentar os colegas, assumam a responsabilidade.

Para Biscaia, o Conselho de Ética da Câmara seguiu o Senado, que absolveu os três senadores acusados. Ele criticou a decisão de arquivar o processo contra a deputada Laura Carneiro (PFL-RJ). Segundo ele, não há como dizer que faltam provas porque houve o depósito na conta de uma assessora dela:

¿ Preferiram assumir o papel de inocentá-la, assim como aos demais, de forma açodada, no último dia.

Maia cobra indiciamento de pessoas do governo federal

O líder do PFL, Rodrigo Maia (RJ), também criticou a CPI.

¿ O resultado final da CPI mostra que ela foi precipitada. Se existia um esquema no Congresso, a empresa (que receberia propina da máfia) só conseguiria garantir o pagamento com a liberação das emendas pelo governo. Então por que a CPI não indiciou ninguém do governo federal? ¿ cobrou Maia.

Biscaia rebateu:

¿ Apenas inocentou os ministros, mas reconheceu a participação de escalões do governo e deu o caminho para a investigação. A CPI foi instalada num período difícil, pré-eleitoral, e apresentou os resultados corretos e possíveis. Na época eleitoral, todos foram firmes e havia unidade rigorosa a favor da punição. Passada a eleição, isso mudou o corporativismo. (I.B.)