Título: Lula cobra solução definitiva para crise
Autor: Santos, Ana Cecília e Brígido, Carolina
Fonte: O Globo, 22/12/2006, Economia, p. 35

Presidente convoca Anac e Infraero e diz que população deve ser informada

BRASÍLIA. Irritado com a volta dos problemas nos aeroportos brasileiros, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou os órgãos responsáveis pela aviação civil para uma reunião no Palácio do Planalto e determinou que seja encontrada uma solução definitiva para a crise. Aos dirigentes da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e da Infraero, Lula disse que os passageiros devem ser tratados com respeito e informados sobre as razões dos atrasos e dos cancelamentos dos vôos.

¿ A determinação é resolver definitivamente esse problema, e a população precisa ser informada. Não é possível que o passageiro fique três, quatro horas no aeroporto e ninguém comunique por que o avião está atrasado ¿ afirmou Lula.

Em conversas reservadas, o presidente avaliou que, desta vez, a culpa é das empresas, e não mais dos controladores de vôo. Segundo Lula, a categoria está ¿trabalhando direito e compromissada¿. Mais tarde, ele não escondeu sua insatisfação com a Anac, devido ao tratamento dado aos passageiros e à falta de informações.

¿ Se falta tripulação, se o avião quebrou ou não, o passageiro merece o respeito de alguém dizer: olha, o vôo não vai acontecer por causa disso. Quem é culpado? No mínimo, o povo espera ser tratado com respeito, e é isso que temos de fazer ¿ afirmou Lula.

No último dia 9, em reunião na Bolívia, o presidente havia assegurado que os brasileiros não mais enfrentariam apagões por causa dos controladores.

¿ Quero que o Brasil passe o Natal tranqüilo. Você pode sofrer quando há chuva demais, quando cai uma torre, mas por causa de aparelho para controlar vôo não vamos sofrer mais ¿ disse o presidente na ocasião. ¿ Acho que a alta temporada será tranqüila.

Além dos dirigentes de Anac e Infraero, participaram da reunião a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff; o comandante da Aeronáutica, Luiz Carlos Bueno; o comandante do Cindacta, Carlos de Aquino; e o ministro da Defesa, Waldir Pires.