Título: Estatais e governos regionais fazem superávit primário atingir R$5,6 bi
Autor: Jungblut, Cristiane
Fonte: O Globo, 23/12/2006, Economia, p. 36

Resultado equivale a 4,41% do PIB. BC prevê cumprimento de meta

BRASÍLIA. As empresas estatais e os governos regionais (estados e municípios) garantiram, em novembro, um superávit primário ¿ despesas menos receitas, sem contar pagamento de juros ¿ de R$5,605 bilhões nas contas consolidadas do setor público. Segundo o Banco Central, o resultado equivale a 4,41% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de todas as riquezas do país) em 12 meses e mostra que a meta do governo, de 4,25% do PIB, será cumprida, mesmo com maiores gastos em ano eleitoral. Ainda assim, deverá ficar aquém dos 4,84% de 2005.

¿ O resultado nos dá a certeza do cumprimento da meta ¿ afirmou o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes.

Ele não fez previsões para dezembro, mês que historicamente apresenta déficit primário devido às despesas extras do governo, como 13º salário do funcionalismo, mas argumentou que o saldo pode ficar negativo em até R$8 bilhões que a meta está garantida. Em dezembro de 2005, o déficit primário ficou em R$5,1 bilhões. Já em 2006, o déficit nominal (incluído pagamento de juros) está acumulado em R$50,438 bilhões e, para o ano, a expectativa do BC é de que feche em 3,5% neste ano. Em 2007, a estimativa é de 2,5%, devido à queda dos juros básicos.

No mês passado, as empresas estatais registraram superávit primário de R$3,115 bilhões, melhor resultado da história para novembro, contra déficit de R$401 milhões em outubro. O destaque foram as federais, que tiveram saldo positivo de R$2,833 bilhões.

Já os governos regionais tiveram superávit de R$2,567 bilhões no mês passado, resultado beneficiado pelas transferências vindas do governo federal. Ao todo, explicou Lopes, a União repassou aos estados e municípios R$9,4 bilhões o mês passado, quase 45% a mais do que em outubro, devido a pagamentos referentes a royalties, Lei Kandir e fundos constitucionais. A relação dívida/PIB ficou em 49,3%, o menor patamar desde janeiro de 2001, quando estava em 48,6%.