Título: O jovem traz vitalidade para a Igreja
Autor: Barbosa, Adauri Antunes
Fonte: O Globo, 25/12/2006, O País, p. 4

SÃO PAULO. Bispo auxiliar de São Paulo, dom Pedro Luiz Stringhini é o responsável pelo setor da juventude na Arquidiocese de São Paulo. Muito ligado aos movimentos sociais, ele terá papel fundamental na visita que o Papa Bento XVI fará a São Paulo, em maio de 2007, quando terá um encontro com os jovens brasileiros.

Que tipo de mensagem os jovens poderão transmitir ao Papa Bento XVI no Brasil?

DOM PEDRO LUIZ STRINGHINI: Imagino que os jovens aqui do Brasil poderiam falar sobre as dificuldades, as faltas de perspectivas para a juventude do país. Os jovens nem sempre têm emprego, não têm perspectiva de trabalho, não têm escola, nem perspectiva de constituir uma família. Muitas vezes são levados pelo crime organizado e querem ser acolhidos pela Igreja. Mas isso tudo estou supondo, só eles poderão dizer.

Vai haver uma grande mobilização do jovens para o encontro com o Papa, em São Paulo?

DOM PEDRO LUIZ: Espero que haja uma grande mobilização que traga muita gente para esse encontro. Uma coisa que certamente vai aparecer é o sentido de que o jovem traz vitalidade para a Igreja, que o jovem garante a continuidade da mensagem da Igreja.

Essa é uma preocupação que vem desde o Papa João Paulo II.

DOM PEDRO LUIZ: É uma preocupação do Papa, uma preocupação nossa também, de ter os jovens conosco. O jovem, se fica desorientado, fica sem futuro. A Igreja tem mensagem importante para transmitir à juventude. Então, a gente quer atingir. O Papa Bento está continuando esse grande esforço de João Paulo.

Já está decidida a programação do Papa Bento XVI no Brasil?

DOM PEDRO LUIZ: Ainda não. Só em janeiro nós teremos a definição completa da programação. Várias propostas foram apresentadas e levadas pela comissão de Roma que esteve aqui em São Paulo para a anuência do Papa.

Bento XVI vai rezar uma missa em São Paulo?

DOM PEDRO LUIZ: O encontro do Papa com o povo de São Paulo e todos aqueles que para cá se dirigirem será através de uma grande missa. Esperamos aí um milhão, dois milhões de pessoas para celebrar a eucaristia e ouvir a voz do Papa. Da mesma forma que em 1980 o Papa João Paulo II escolheu falar aos trabalhadores, era prioridade naquele momento, agora o Papa Bento XVI escolheu falar com a juventude, para a juventude, ter um encontro com a juventude, que é a prioridade neste momento. A juventude que está aí muitas vezes sem trabalho, sem estudo, sem perspectiva de vida e, muitas vezes, jogada no mundo da criminalidade, da violência, das drogas. Por isso o Papa escolheu essa faixa etária e nós ficamos muito felizes.

A missa será no Campo de Marte?

DOM PEDRO LUIZ: Esperamos poder realizá-la no Campo de Marte. Estamos em tratativas para que se possa realizar lá. Talvez o maior e quase que único lugar disponível em campo aberto dentro da cidade de São Paulo.

O senhor acredita que até a visita ao Brasil o Papa já deverá ter definido quem será o novo arcebispo de São Paulo? Ele pode trazer essa notícia?

DOM PEDRO LUIZ: Trazer essa notícia a gente acredita que não. Porque não se faz assim, publicamente, esse tipo de anúncio. Acredito que não, do pouco que sei. Acredito que ou acontecerá depois ou acontecerá antes. Mas sobre isso não temos a mínima idéia, a mínima possibilidade de conhecer. É um trâmite que passa pela Nunciatura Apostólica e, por isso, vai muito mais na linha da organização eclesiástica do que um anúncio público.

O senhor acredita que o nome do novo arcebispo pode sair antes da vinda do Papa?

DOM PEDRO LUIZ: Não temos a mínima idéia. A gente achava que poderia acontecer logo. Uma vez que não aconteceu logo, então agora tudo é possível.