Título: Elogios predominam na imprensa
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Fonte: O Globo, 28/12/2006, O Mundo, p. 27

New York Times lembra familiaridade tranqüilizadora

WASHINGTON. A morte do ex-presidente Gerald Ford foi destaque nos sites dos principais jornais americanos ontem. Apesar da controvérsia que o cercou em vida ¿ visto muitas vezes como um homem atrapalhado e muito criticado pelo perdão a Nixon ¿ elogios marcavam as reportagens.

O ¿New York Times¿ recordou uma ¿certa sensação de alívio coletivo¿ quando Ford foi empossado no lugar de Nixon, em 1974. O jornal lembrou ainda que a decisão do perdão foi ¿muito impopular na época¿, mas que posteriormente foi considerada pela maioria dos americanos como ¿correta¿. ¿Após uma década de divisão pela Guerra do Vietnã e do trauma pelo escândalo do Watergate, Jerry Ford, como ele chamava a si mesmo, irradiava uma familiaridade tranqüilizadora¿, publicou o jornal.

Apesar de discordar sobre o perdão, o ¿Los Angeles Times¿ destinou um grande espaço à notícia. ¿O perdão foi um erro¿, disse o jornal, que no entanto elogiou o ¿caráter aberto e a humanidade de Ford em contraste com seu antecessor¿ e sua contribuição ¿por livrar o país da sombra de Watergate¿.

O ¿Washington Post¿, que deflagrou o escândalo que resultou na renúncia de Nixon, lembrou que Ford falava que sua maior ambição era ser presidente da Câmara. Já o ¿USA Today¿ concedia crédito ao ex-presidente por ter unido a nação num de seus momentos de maior turbulência política. O ¿St. Louis Post-Dispatch¿ usou como título ¿O homem que devolveu a integridade à Presidência¿, enquanto o ¿San Jose Mercury Times¿ destacava: ¿Ford, um homem comum no mais nobre sentido da palavra.¿