Título: Gripe das aves mata dez pessoas no Egito e preocupa autoridades
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Fonte: O Globo, 28/12/2006, O Mundo, p. 28

Três dos mortos são da mesma família e contraíram o vírus de patos

CAIRO. A gripe de aves está se disseminando entre seres humanos na região do delta do rio Nilo, no Egito, alertaram autoridades sanitárias do país que tentam controlar a epidemia em galinhas e patos. Ontem, a Organização Mundial de Saúde (OMS) confirmou que dez pessoas já morreram no país vítimas da doença desde fevereiro, entre elas três de uma mesma família, da província de Gharbiya.

A última morte confirmada foi a de um rapaz de 26 anos, ontem, no Hospital do Cairo. Rida Fardi Abdel Halim ficou hospitalizado por dez dias, segundo Hassan el-Bushra, assessor regional da OMS. Uma jovem de 15 anos, parente de Halim, morrera na segunda-feira, vítima da mesma doença, bem como um outro membro da família, falecido um dia antes. As mortes levantaram temores de uma possível transmissão humana, mas, ao que tudo indica, os três teriam contraído o vírus ao matar patos para o banquete de casamento de uma prima.

Todos os demais membros da família teriam sido testados e não estariam contaminados. Mas a imprensa local sustenta que outras 20 pessoas seriam suspeitas de terem contraído o vírus extremamente letal.

A gripe de aves causada pelo vírus H5N1 foi registrada pela primeira vez no país em aves, em fevereiro passado, e em pessoas, em março. Na época, autoridades de saúde suspenderam a temporada de caça de patos, baniram as importações de aves vivas e proibiram a população de criar pássaros em casa.

Autoridades ordenaram ainda o abate das aves doentes e a vacinação em massa das sadias. Houve resistência da população rural mais pobre. O jornal egípcio ¿Daily Star¿ informou que 30 milhões de aves foram abatidas desde então, a maior parte proveniente de criações industriais, que sofreram as maiores perdas.