Título: OAB: ataques são uma afronta às autoridades
Autor: Ramalho, Sérgio e Araújo, vera
Fonte: O Globo, 30/12/2006, Rio, p. 11

Faferj defende fechamento de fronteiras

A onda de violência repercutiu na sociedade civil. O presidente regional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ), Octavio Gomes, considerou os ataques uma afronta às autoridades e disse que eles aumentaram o clima de medo. Gomes teme que o Rio se torne uma Colômbia.

- O que se assistiu foi uma demonstração de que o poder público não se faz presente. Entra e sai governo e continuamos a assistir a essa barbárie. As pessoas estão apavoradas. Cada vez mais se trancam em casa. Não vêem as autoridades se impondo - disse ele.

Segundo o presidente da OAB-RJ, as soluções passam pelo fim da rivalidade entre as polícias (Civil, Militar e Federal) e entre os governos (federal, estadual e municipal). Gomes acha ainda fundamental a integração das áreas de inteligência das polícias e das Forças Armadas.

Perplexo com os fatos, o presidente da Comissão de Turismo da Alerj, deputado Glauco Lopes (PSDB), também defendeu a união de esforços dos governos no combate à violência:

- Só assim conseguiremos minimizar os impactos para a cidade, que está às vésperas de sediar o Pan-Americano.

Já o vice-presidente da Federação de Favelas do Rio (Faferj), José Nerson, defendeu o fechamento das fronteiras para impedir a entrada de drogas. Ele afirmou que os moradores das favelas estão tão assustados quanto os do asfalto. Segundo José, anteontem moradores de favelas deixaram de trabalhar porque ficaram com medo.

- Sou taxista e não saí de casa. A criação de milícias de policiais e ex-policiais significa, na verdade, o controle de favelas por outro comando, que, como as facções criminosas, maltratam os moradores e cobram pela segurança.