Título: Jaques Wagner se inspira em Lula para governar
Autor: Frazão, Heliana
Fonte: O Globo, 31/12/2006, O País, p. 11

Governador eleito da Bahia diz que vai centrar sua administração em ações sociais e criará quatro novas secretarias

SALVADOR. Transformado em símbolo do PT, o governador eleito da Bahia, Jaques Wagner, promete se inspirar no presidente Luiz Inácio Lula da Silva e centrar o foco de seu governo na área social (educação, saúde, trabalho e renda). Wagner diz que o governo Lula será fonte de convênios e recursos para que possa promover as mudanças necessárias.

- A cara do meu governo será a do social - avisa Wagner, eleito em primeiro turno para o lugar de Paulo Souto (PFL), numa vitória inesperada.

À semelhança do governo federal, criou quatro secretarias: Cultura (desmembrada do Turismo), Relações Institucionais, Desenvolvimento e Integração Regional e Secretaria de Promoção da Igualdade Racial e de Políticas para as Mulheres, que se somarão às outras 17 já existentes. Elas vão adequar a estrutura estadual a federal, facilitando a interface dos projetos.

"A era do carimbo acabou", diz petista sobre carlismo

O petista assume o governo baiano após 16 anos seguidos de centralização do poder nas mãos dos carlistas - força política liderada pelo senador Antonio Carlos Magalhães (PFL), seu opositor político histórico - e diz ter duas missões: uma política e outra administrativa.

Ele diz que quer fazer da Bahia um território "livre da truculência e da intolerância":

- Fui eleito governador e não imperador. Vamos ensinar àqueles que não conseguiram se desvencilhar do aprendizado do período dos governos militares, que divergência se trata no diálogo, negociação e votação. É assim que se discutem diferenças - disse.

Sob o aspecto administrativo, Wagner promete provocar uma revolução nas áreas de saúde, educação e geração de emprego e renda.

Sobre o trato com o dinheiro público, Wagner diz que, a partir de janeiro, quem vende produtos ou serviços para o estado vai ter que oferecer mais qualidade com menor preço.

- A era do carimbo acabou, afirma, sugerindo que não haverá protecionismo político. As concorrências serão realizadas às claras. Vamos buscar o ISO 9000 em transparência - afirma Wagner, dizendo que pretende manter permanente negociação com o funcionalismo para resolver uma antiga queixa, um arrocho salarial de 16 anos.