Título: Yeda Crusius toma posse ainda sob impacto de derrota na Assembléia
Autor:
Fonte: O Globo, 02/01/2007, O País, p. 13

A tucana yeda crusius foi empossada ontem na Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul, três dias após a derrota que a Casa lhe impôs ao rejeitar integralmente o pacote de medidas que previa, entre outras coisas, um aumento de impostos para que fosse zerado o grande déficit do estado em dois anos. Enquanto a governadora prometia diálogo para solucionar as finanças do estado, seu secretário da Fazenda, Aod Cunha, anunciava que grande parte do pacote rejeitado pelos deputados não depende de aprovação legal e que, por isso, "vai ser mantido".

Tanto no discurso que fez na Assembléia após prestar o compromisso constitucional e ser empossada, quanto no Palácio Piratini, ao receber o governo de Germano Rigotto (PMDB), yeda não fez qualquer menção à derrota sofrida na Assembléia, inclusive com a participação de seu vice-governador, Paulo Afonso Feijó, que estava na linha de frente na pressão feita sobre os parlamentares para que rejeitassem as medidas da governadora eleita, propostas através do então governador Rigotto.

Sem perdão para o vice

Mas, se não fez qualquer desabafo em relação à derrota, yeda demonstrou não ter perdoado seu vice, não lhe dirigindo a palavra nas diversas oportunidades em que estiveram juntos. Perguntada, já no Palácio Piratini, sobre a informação de Feijó de que é possível aumentar a arrecadação sem elevar os impostos, a governadora, irritada, dirigiu-se ao repórter:

- Pergunta para ele como - respondeu yeda.

Em rápidas entrevistas, ela não deu maiores informações sobre o que pretende fazer para compensar o aumento de impostos que não foi autorizado pela Assembléia Legislativa. Afirmou apenas que o governo trabalhará em regime de caixa, dando prioridade ao pagamento do funcionalismo.

- O regime vai ser de caixa. O dinheiro que entrar é para pagar salário - afirmou ela.

Em relação ao pacote rejeitado pela Assembléia, o secretário Aod Cunha garantiu que a maior parte das medidas será retomada.

- Grande parte do pacote não depende de aprovação legal e vai ser mantido - informou Aod Cunha.

Todos os secretários foram empossados ontem

Isso inclui, entre outras medidas, o corte de 30% nas despesas e de 20% nos cargos em comissão, recomposições de receita "através de modernização da receita pública", entre outras coisas.

yeda também empossou ontem todos os seus secretários, sem as defecções do PMDB e PTB, possibilidade que chegou a ser levantada após a rejeição das medidas de ajustes por parte da Assembléia Legislativa.