Título: Estaleiro vai à Justiça contra Petrobras
Autor: França, Mirelle
Fonte: O Globo, 04/01/2007, Economia, p. 19

Representantes do estaleiro Jurong, de Cingapura, informaram ontem que vão entrar na Justiça contra a Petrobras. Fontes ligadas ao estaleiro disseram estar insatisfeitas com a forma como a estatal brasileira está conduzindo o processo de licitação para a construção da plataforma P-55 (campo de Jubarte, na Bacia de Campos), do qual participavam. De acordo com o Jurong, a Petrobras reuniu ontem, em sua sede, os dois outros concorrentes, sem convocar o grupo. Nessa reunião, os consórcios Atlântico Sul (liderado pela Camargo Corrêa) e JV P-55 (da qual fazem parte, entre outras, a Keppel Fels e a Odebrecht) teriam aberto seus preços.

Consultada, a Petrobras informou, por meio de sua assessoria, que não iria se pronunciar sobre o assunto.

De acordo com o Jurong, a proposta da empresa fora desqualificada há cerca de duas semanas. Caberia, no entanto, segundo os executivos, recurso num prazo de três dias. A empresa informou que, embora o recurso tenha sido apresentado de acordo com as regras e baseado num parecer da Coppe/UFRJ, a Petrobras não comunicou ao estaleiro de Cingapura se havia sido aceito ou não o recurso.

- Caberia, caso a proposta tivesse sido mais uma vez rejeitada, uma apelação. Mas não tivemos esse direito e sequer fomos comunicados sobre nossa situação no processo - disse a fonte. - Para nossa surpresa, além disso, houve hoje (ontem) uma reunião com os demais grupos, onde as propostas já foram abertas - completou.

De acordo com o Jurong, o preço apresentado pelo consórcio formado pela Keppel Fels e a Odebrecht foi de US$1,6 bilhão.

- Não pudemos sequer apresentar nosso preço. Os advogados do Jurong já estão se reunindo para elaborar que medidas serão tomadas. É possível até mesmo que seja pedida a anulação da licitação - explica a fonte.

Na última semana de 2006, a Petrobras suspendeu a licitação para a construção da plataforma P-57. A estatal informou, na época, que a decisão foi tomada devido aos elevados preços apresentados pelas empresas que concorriam no processo. (M.F.)