Título: Quatro secretários de Sérgio Cabral já estão de olho na Prefeitura do Rio
Autor: Franco, Bernado Mello
Fonte: O Globo, 08/01/2007, O País, p. 4

Numa reunião do secretariado de Sérgio Cabral, antes do governador tomar posse, em dezembro, o novo titular da Fazenda, Joaquim Levy, traçou para os colegas um retrato sombrio das contas deixadas por Rosinha Garotinho. O economista previa dois anos de ajuste fiscal e dificuldades financeiras quando foi interrompido pelo governador:

- Quem for candidato à prefeitura pode ficar bem distante de mim, porque vou estar muito impopular em 2008.

O recado teve endereço certo: dos 18 secretários do novo governo do Rio, pelo menos quatro sonham em concorrer, daqui a dois anos, à prefeitura da capital. Integram o time o peemedebista Luiz Paulo Conde (Cultura), o tucano Eduardo Paes (Esporte e Turismo) e os petistas Benedita da Silva (Ação Social e Direitos Humanos) e Carlos Minc (Meio Ambiente).

Tucano aposta no sucesso do Pan para ganhar legenda

Advertidos por Cabral, os postulantes à cadeira de Cesar Maia - que deixará o poder depois de 12 anos e ainda não indicou o sucessor - unem-se no discurso de que, no momento, só pensam em suas novas funções no estado. Mas não disfarçam a intenção de abandonar o cargo para tentar a prefeitura.

- Se o partido e o governador concordarem, serei o candidato do PMDB em 2008 - diz Conde, derrotado por Cesar nas últimas duas tentativas de voltar ao Palácio da Cidade.

Eduardo Paes aposta no sucesso dos Jogos Pan-Americanos para garantir a legenda do PSDB em 2008 - que é alvo de cobiça da vereadora Andréa Gouvêa Vieira e do deputado federal eleito Otávio Leite. Paes diz que a disputa pela prefeitura não vai atrapalhar o governo.

- Todos sabem que essa corrida será uma maratona, não uma prova de cem metros rasos - diz o tucano.

Benedita e Minc não falam como pré-candidatos, mas já anunciaram a intenção de disputar a prefeitura carioca pelo PT. Ex-governadora e ex-ministra de Lula, Benedita repete a aliados que já se sacrificou nas eleições deste ano, quando deixou de disputar o Senado para permitir a aliança com o PCdoB de Jandira Feghali. Minc alega que, depois de Chico Alencar (hoje no PSOL), Jorge Bittar e da própria Benedita, chegou sua vez de concorrer ao cargo pelo partido.