Título: Tucanos ganham voz
Autor: Vasconcelos, Fábio e Menezes, Maiá
Fonte: O Globo, 10/01/2007, Rio, p. 12

Encontro com Cabral abre espaço para governadores criticarem Lula

O encontro entre os governadores do Sudeste deixou clara a diferença. Mesmo unidos em torno da pauta da Segurança, os tucanos Aécio Neves e José Serra cobraram mais enfaticamente uma posição do governo federal e fizeram críticas em relação ao repasse de recursos aos estados. Ao justificar o fracasso da criação do mesmo gabinete, em 2003, o governador reeleito Aécio Neves responsabilizou a União. Ele afirmou que o governo Lula foi omisso ao tratar da questão.

- Espero que o governo federal também tenha amadurecido e compreenda que não pode continuar se omitindo no enfrentamento da questão da Segurança Pública. Por exemplo, ao meu ver é absolutamente inconcebível, inadmissível que numa hora como essa os recursos do fundo penitenciário e do fundo nacional de segurança percam o valor - afirmou Aécio.

O governador Paulo Hartung, também reeleito, afirmou que a criação do gabinete, anteriormente, não prosperou por causa de "problemas políticos".

O governador José Serra, ao chegar no Rio, foi o primeiro a defender que os recursos para o Fundo Nacional de Segurança e para o Fundo Penitenciário não sejam contingenciados - itens previstos na carta enviada ao presidente Lula. Ele condenou o corte nos recursos previstos para 2007 e negou que as declarações tenham caráter político-partidário.

Sérgio Cabral, por outro lado, enquanto abria espaço para opositores de Lula, manteve o tom de defesa do aliado petista. Ele reagiu com ironia a uma brincadeira de Aécio Neves, que disse que agora o governador do Rio "se encontra todo dia com o presidente".

- Isso é ciúme que os governadores tucanos têm da minha relação com o presidente. Eu queria dizer que o presidente Lula tem sido muito atento às demandas do estado - defendeu o peemedebista.