Título: Polícia de Minas diz que crimes não foram reação à união de governadores
Autor: Rocha, Luiz Fernando
Fonte: O Globo, 11/01/2007, O País, p. 3

Segurança foi reforçada nas divisas dos estados de Minas, São Paulo e Goiás

BELO HORIZONTE e ARAXÁ. A polícia de Minas tentou desvincular a ação dos assaltantes de banco de uma suposta reação do crime organizado à proposta de ação conjunta dos governadores da região Sudeste na área de Segurança. O secretário de Defesa Social de Minas Gerais, Maurício Campos Júnior, responsável pela segurança, disse acreditar que os assaltos tenham sido planejados com antecedência, diferentemente da reunião dos governadores, cujo horário foi definido no último momento. O assunto discutido pelos governadores foi o de ajustar as informações das polícias de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo, para conter a ação das quadrilhas organizadas.

Campos disse que a polícia mineira trabalha com as de São Paulo e de Goiás, e as suspeitas são as de que o bando já atuava na região e teria cometido crimes semelhantes. A segurança foi reforçada em toda a divisa de Minas Gerais com São Paulo e Goiás para impedir a fuga dos assaltantes, e barreiras foram montadas nas estradas.

O tenente-coronel Ernest Soares, comandante do 37º batalhão, de Araxá, admitiu o erro da polícia:

¿ A ação deles foi muito bem coordenada, muito bem planejada. Houve uma fragilidade que foi explorada em razão de falta de planejamento da polícia. Se o assalto ocorreu com sucesso, vamos admitir a falha.

Para o secretário, porém, o que aconteceu em São Gotardo não foi uma demonstração de fragilidade da polícia, mas uma seqüência de coincidências:

¿ Foram circunstâncias incomuns. Os bandidos usavam um aparato sofisticado, romperam barreiras e, por uma seqüência de coincidências, fizeram reféns dois delegados e o juiz.

Pelos dados do governo, os assaltos a banco caíram de 114 em 2005 para 68 em 2006.