Título: Alckmin critica oposição e governo
Autor: Éboli, Evandro
Fonte: O Globo, 12/01/2007, O País, p. 4

Não tem ministério porque uma eleição de Mesa parou o país¿, disse o tucano

SÃO PAULO. No seu primeiro evento público desde a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) fez ontem críticas ao governo e também à oposição, liderada por seu próprio partido. Alckmin disse que é ¿patriótico¿ ser de oposição e se esquivou de opinar sobre o apoio do PSDB à candidatura do petista Arlindo Chinaglia à presidência da Câmara.

¿ O governo vai mal e a oposição também. Isso é preocupante ¿ declarou o ex-governador, candidato derrotado nas eleições para a Presidência, durante uma palestra para médicos e residentes do Hospital das Clínicas, em São Paulo.

Alckmin falou que é preciso uma oposição ¿firme¿ e ¿ambiciosa¿, mas não quis entrar em detalhes sobre as supostas fraquezas da oposição. Apenas disse que os partidos deveriam ter um ¿trabalho articulado¿ e cobrar as reformas do governo:

¿ Nós temos um governo que começa mal: primeiro condiciona a formação do novo governo à eleição de Mesa (da Câmara). Isso é inadmissível. Segundo, sem reforma. Onde é que estão a reforma política, a fiscal, a tributária?

Alckmin, que vai ficar até junho nos Estados Unidos, estudando em Harvard, tenta marcar seu espaço como líder no PSDB. Na palestra, disse que vai voltar ¿com todo o gás¿. Para os jornalistas, minimizou o papel dos governadores na oposição.

¿ A oposição cabe ao partido e ao Parlamento ¿ afirmou.

Apesar de os governadores de São Paulo e Minas, José Serra e Aécio Neves, articularem o apoio tucano a Chinaglia, Alckmin disse que este é assunto restrito ao Congresso.

Depois de pregar por mais de seis meses um ¿choque de gestão¿, o ex-governador ainda fala em abalos no país.

¿ O Brasil precisa ter uma chacoalhada. E a oposição tem que ter responsabilidade ¿ disse ele, que completou: ¿ Uma eleição de Mesa parou o país. Não tem Ministério porque não tem Mesa (da Câmara).