Título: Grupo contra desastres ambientais
Autor: Costa, Célia e Engelbrecht, Daniel
Fonte: O Globo, 12/01/2007, Rio, p. 12

Ibama e estado formarão equipe para monitorar áreas de risco

Com três anos de atraso, o Ibama e o governo do estado vão formar, na semana que vem, o grupo que coordenará, no Rio, o Plano de Prevenção, Preparação e Resposta Rápida a Emergências Ambientais com Produtos Químicos Perigosos (P2R2), criado por decreto presidencial em 2004. O objetivo do P2R2 é monitorar áreas onde haja risco de desastre ambiental. O grupo vai começar atuando nos rios afetados pelo rompimento da barragem da Rio Pomba Cataguases Ltda e em Itaguaí, para prevenir vazamentos dos tanques de resíduos tóxicos da Ingá Mercantil.

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, pediu ontem ao gerente do Ibama no Rio, Rogério Rocco, um relatório detalhado sobre o volume de recursos para obras emergenciais em áreas de risco de desastres ambientais. Hoje, uma equipe de analistas ambientais do Ibama vai sobrevoar o Rio Muriaé, para avaliar os danos causados pelo vazamento, num trabalho conjunto com técnicos da Feema e da Cedae:

¿ O Ibama vai avaliar os danos à flora e à fauna nas áreas atingidas pela lama que vazou do dique em Miraí (MG). Mesmo que os rejeitos não sejam tóxicos, é muito provável que a grande concentração de lama vá afetar o meio ambiente ¿ disse Rocco.

Segundo ele, a Rio Pomba Cataguases já foi multada em R$50 milhões pela Secretaria de Meio Ambiente de Minas Gerais por poluir o Rio Muriaé, mas o Ibama pode aplicar outras multas, caso sejam constatados danos à flora e mortandade de peixes.

¿ O acidente é gravíssimo, porque se trata de reincidência em crime ambiental. Há uma falha de conduta grave que deve ser tratada de forma severa. As medidas de segurança adotadas pela empresa não foram suficientes. O acidente vai provocar danos irreparáveis ao meio ambiente e a milhares de pessoas que usam a água dos rios atingidos ¿ lamentou Rocco.