Título: Mineradora e indústria de papel não tem ligação
Autor:
Fonte: O Globo, 12/01/2007, Rio, p. 13

Dois crimes ambientais parecidos

CAMPOS. A Mineradora Rio Pomba Cataguazes Ltda, localizada em Miraí (MG), de onde vazaram dois milhões de metros cúbicos de lama misturada com bauxita e sulfato de alumínio, não tem relação societária com a Cataguazes Papel, que, em fevereiro de 2003, provocou um dos maiores acidentes ecológicos do país, atingindo oito municípios do Norte-Noroeste Fluminense. Foi o que garantiram ontem o promotor Cláudio Chequer, do Ministério Público Federal de Itaperuna, e o procurador federal Rodrigo Cançado, do MP de Minas Gerais.

Chequer disse que a Mineradora Rio Pomba Cataguazes, após o rompimento da barragem no ano passado, havia feito um termo de ajustamento de conduta (TAC) preliminar com os órgãos ambientais de Minas Gerais, que vinha sendo monitorado pelo Ministério Público Federal do Rio. Ele acrescentou que os laudos apontavam que o TAC estava sendo cumprido em todos os quesitos. O procurador Rodrigo Cançado, que é coordenador do Programa de Defesa do Meio Ambiente em seu estado, confirmou que o TAC com a empresa Rio Pomba estava sendo seguido.

O prefeito de Itaperuna, Jair Bittencourt, disse ontem que estuda uma ação contra a empresa responsável pelo vazamento. Ele deverá ter um encontro com os prefeitos de Laje do Muriaé, Italva, Cardoso Moreira e Campos para estudar a possibilidade de uma ação conjunta contra a empresa, depois que os prejuízos forem levantados.

Na Justiça Federal em Campos, tramita uma série de ações contra a Cataguazes Papel, que poluiu os rios Pomba e Paraíba do Sul em março de 2003, deixando mais de um milhão de pessoas sem água potável por vários dias, pois da barragem da empresa vazaram produtos altamente tóxicos. Alguns municípios, como São Francisco do Itabapoana e Campos, entraram na Justiça com ação contra a empresa mineira. Centenas de pescadores já ganharam ações indenizatórias contra a Cataguazes Papel, mas a empresa está recorrendo.