Título: Escândalo reduz aplicações na Saúde
Autor: Gripp, Alan
Fonte: O Globo, 15/01/2007, O País, p. 4

Ministério não usa 37,4% do total disponível para obras e compras

BRASÍLIA. Dono do segundo maior Orçamento da Esplanada, o Ministério da Saúde perdeu no ano passado R$1,2 bilhão dos R$3,3 bilhões previstos para investimentos (37,4%). O dinheiro financiaria a construção de hospitais e postos de saúde, obras de saneamento básico, além da compra de ambulâncias. O ministério informou que, deste valor, cerca de R$1 bilhão foi retirado das emendas parlamentares dos deputados, priorizando os investimentos estratégicos da pasta. A tática, já usada em anos anteriores, foi reforçada após o Escândalo dos sanguessugas.

- Temos um volume imenso de despesas regulares de manutenção da rede de saúde em 26 estados e no Distrito Federal e esses recursos são liberados automaticamente - argumenta o subsecretário de Planejamento do Ministério da Saúde, Arionaldo Bonfim.

Já o Ministério das Comunicações, que em 2006 empenhou 32,8% de R$120,3 milhões orçados, diz que o volume reduzido de gastos se deve a acordo que prevê o adiamento de empenho. O ministro interino, Fernando Rodrigues, explicou que o patamar é baixo porque o ministério fez um acerto com o Planejamento para adiar para este ano a implementação do principal projeto do setor, o de inclusão digital.

- O Planejamento não nos prejudicou. Apenas fizemos um acordo para realizar ajustes no projeto de inclusão digital e os recursos (cerca de R$90 milhões) serão liberados agora por intermédio de créditos extraordinários - disse Rodrigues.

Responsável pela chave do cofre federal, o Ministério da Fazenda foi o único a empenhar mais recursos do que estava previsto no Orçamento. A pasta garantiu R$445,5 milhões, R$83 milhões a mais do que fora destinado. A maior parte dos recursos foi aplicada no programa de modernização da Receita Federal, que incluiu a reforma dos postos aduaneiros e a criação de sistemas de informática para melhorar a fiscalização do Imposto de Renda, por exemplo.