Título: Diretor de hospital pode ter sofrido atenatdo
Autor: Berta, Ruben
Fonte: O Globo, 15/01/2007, Rio, p. 9

Polícia investiga se tiros foram disparados contra a moto de administrador do Getúlio Vargas, na Barra

A polícia investiga a hipótese de o Diretor-administrativo do Hospital Getúlio Vargas, Paulo Almeida, ter sofrido um atentado ontem à tarde, na Avenida Lúcio Costa, na Barra da Tijuca. Almeida, que já vinha recebendo ameaças de morte, estava numa moto quando teria sido alvo de dois tiros próximo ao Condomínio Barramares, mas não foi atingido. Apesar de o delegado titular da 16ª DP (Barra), Carlos Augusto Nogueira, ter dito inicialmente acreditar numa tentativa de assalto, depois ele voltou atrás e afirmou que a principal suspeita é mesmo de atentado. Segundo Nogueira, o Diretor viu um carro com dois homens se aproximar e o motorista desse veículo portando uma pistola. Almeida ainda teria ouvido dois disparos, mas não há relatos de pessoas que estavam próximas sobre essa suposta ação dos bandidos. Também não foram encontradas cápsulas de balas.

Por volta das 19h, o secretário estadual de Saúde, Sérgio Côrtes, e o Diretor do Getúlio Vargas, Carlos Alberto Chaves de Carvalho, que também vêm sendo ameaçados, chegaram à delegacia para acompanhar as investigações. Também o chefe de Polícia Civil, Gilberto Ribeiro, foi à delegacia.

Em nota divulgada ontem à noite, o governo estadual afirmou que, por meio da Secretaria de Segurança, está tomando todas as providências para identificar os autores do possível atentado contra Almeida, além dos envolvidos no planejamento do atentado contra Côrtes. O mesmo vale para ameaças contra o Diretor Carlos Alberto Chaves de Carvalho. Na quinta-feira passada, Almeida e Chaves já tinham ido à 22ª DP (Penha) para prestar depoimento, após receberem ameaças de morte por causa das mudanças que estão sendo feitas na administração do hospital.

No dia anterior, Paulo Almeida havia recebido uma ligação de uma pessoa que exigia que o Diretor do Getúlio Vargas não cortasse funcionários da folha de pagamentos; caso contrário, ele seria "parado". Ele e o Diretor-geral, Carlos Alberto Chaves de Carvalho, ameaçaram registrar queixa por omissão de socorro contra dois médicos que se recusavam a ir para a emergência. Em todos os casos, porém, os profissionais voltaram atrás e atenderam os pacientes. A nova administração também decidiu que o corpo clínico ficará à disposição de todos os setores do hospital, o que desagradou a alguns médicos.

Côrtes disse que, apesar de Almeida ter recebido ameaças, ele não vinha sendo acompanhado por uma escolta. Também ontem, o Disque-Denúncia recebeu duas ligações com informações sobre possíveis atentados contra Côrtes.

Côrtes está sendo acompanhado por agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil. Sua segurança foi reforçada quando uma investigação do Serviço de Inteligência da Secretaria de Segurança descobriu que grupos insatisfeitos com recentes mudanças nos hospitais planejavam atacar o secretário.

- Encontramos um descontrole muito grande em áreas como de pessoal e insumo. Há relatórios com desencontros, que encaminharemos para análise no Tribunal de Contas do Estado (TCE). Os contratos com recursos federais serão analisados pelo Denasus (Departamento Nacional de Auditoria do Sistema Único de Saúde) - disse Sérgio Côrtes.

COLABORARAM: Lauro Neto e Rafael Galdo