Título: PSDB volta atrás e se une por candidatura própria
Autor: Vasconcelos, Adriana
Fonte: O Globo, 17/01/2007, O País, p. 5

Após anunciar adesão a Chinaglia, partido chega a acordo e dá aval a Fruet na corrida à presidência da Câmara

BRASÍLIA. O PSDB chegou a um acordo interno e decidiu se unir em torno do nome do deputado Gustavo Fruet (PR), lançado ontem como candidato alternativo à presidência da Câmara por um grupo de partidos. A decisão de apoio a Fruet deverá ser confirmada na reunião da nova bancada do partido, com 63 parlamentares, na próxima terça-feira.

O apoio a Fruet já recebeu o aval dos governadores de São Paulo, José Serra, do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius, e da Paraíba, Cássio Cunha Lima. O senador eleito Marconi Perillo (GO) disse que já procurou Jutahy Magalhães e outros líderes do partido que apoiariam Chinaglia, e lhe garantiram que a posição deve ser revista com o lançamento de um nome do partido. Segundo Perillo, a candidatura veio reaglutinar o PSDB e facilitará a revisão do apoio anunciado semana passada ao petista. Ele disse ainda que, na conversa com Jutahy, ele informou que Serra garantiu que não criará obstáculo a que o partido feche em torno de Fruet.

- Com um candidato do partido não há o que discutir. Já comecei a trabalhar e os quatro deputados da bancada goiana que se reuniram com Chinaglia na segunda-feira já disseram que não criarão problemas. Estamos apoiando de pronto. Foi a melhor coisa que podia acontecer, ótimo fator de unidade para o PSDB. O Fruet é competitivo e sua candidatura vai polarizar com os outros dois, apontando um novo rumo para a Câmara, com credibilidade para defender o resgate da ética - disse.

Queixa de dissidentes motivou adesão

O apoio a Fruet foi resultado da pressão de 12 deputados tucanos que se reuniram ontem em Brasília para protestar contra a consulta que resultou no apoio do partido ao petista Arlindo Chinaglia (SP). O líder Jutahy Magalhães Junior (BA) e os dissidentes consideram que o lançamento do tucano Gustavo Fruet (PR) como candidato da terceira via pode levar à unificação da bancada, pois será ruim para o PSDB descartar um nome próprio para apoiar um petista.

Numa conversa com Fruet, o futuro líder da bancada, Antonio Carlos Pannunzio (SP), avisou que, por enquanto, sua candidatura é da terceira via, e não do PSDB. Jutahy, entretanto, reconhece que o fato de o candidato da terceira via ser tucano pode ter efeito significativo.

- Há fato novo. A terceira via agora não é inominada. O escolhido é querido, e um nome de altíssima qualidade. A bancada vai decidir em cima disso.

COLABORARAM Cristiane Jungblut e Chico de Gois

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Grupo de 12 liderou mudança de posição

Candidatura de Fruet é aposta para alterar o quadro eleitoral

BRASÍLIA.Outros tucanos avaliam que a escolha do nome de Gustavo Fruet como candidato alternativo pode mudar o quadro eleitoral. Para o deputado eleito Paulo Renato (PSDB-SP), Fruet pode ser a solução:

- Ele pode unificar o PSDB.

Silvio Torres (SP) fez coro:

- O partido caminha para tomar uma decisão diferente. Não há dúvida de que o lançamento de um candidato do PSDB para a disputa deverá contribuir para que o partido apóie a iniciativa.

Fruet, que chegara a declarar que só aceitaria a candidatura se ela fosse viável, está confiante no apoio de seu partido. Embora tenha declarado que a candidatura é irreversível, ele admite que a frente de parlamentares que optou por seu nome poderá reavaliar a decisão, caso a bancada do PSDB não o apóie:

- Uma candidatura sem o aval do PSDB aumenta a cizânia dentro do partido. Terei apoio do partido e a candidatura alternativa passará a ter chances de crescer - observou Fruet.

Os 12 tucanos que se reuniram se comprometeram a acatar a decisão da bancada. Foram eles: Silvio Torres (SP), José Aníbal (SP), Paulo Renato (SP), Raquel Teixeira (GO), Emanuel Fernandes (SP), Edson Aparecido (SP), Duarte Nogueira (SP), Rômulo Gouveia (PB), Leo Alcântara (CE), João Almeida (BA) e Bruno Araújo (PE), além de Fruet.