Título: Artesanato ganha espaço no Fashion Business
Autor: Duarte, Patricia e D'Ercole, Ronaldo
Fonte: O Globo, 17/01/2007, Economia, p. 26

Projeto emprega duas mil artesãs

O artesanato, tema escolhido para a nona edição do Fashion Business, virou a vitrine de profissionais de diferentes pontos do país que nem imaginavam um dia estar ligados ao rico e movimentado mundo da moda. O projeto Talentos do Brasil, desenvolvido pela Secretaria de Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário (SAF/MDA) e o Sebrae Nacional é um deles, onde cerca de dois mil profissionais de vários estados recebem orientação de designers e gestores.

O foco é a agricultura familiar, onde o artesanato serve como complemento de renda. Artesãs do Rio Grande do Sul, que fazem echarpes de lã e colares de crina de cavalo, e bordadeiras da Paraíba e de Minas Gerais são algumas das que participam do Fashion Business.

Segundo Angela Klein, que cuida da venda dos produtos dentro e fora do país, a maioria dos artesãos é de mulheres que viram saltar a renda mensal de R$50 para R$300 a R$500, em média. Mailsa Almeida, da cooperativa de bordadeiras Linha do Horizonte, de Minas Gerais, afirma que a vida já melhorou. Ela diz que parte da renda das 40 bordadeiras do grupo é investida em máquinas para aumentar a produção.

O distrito de Boaventura, em Itaperuna, no Noroeste do Rio, tem sete mil habitantes, e todos em idade ativa trabalham em confecção ou artesanato ligado à moda, diz Nilcéia Citelli, que coordena o pólo da região. O salário, diz Nilcéia, pode chegar a mil reais por mês.

Além do artesanato, os pólos já rendem itens patenteados, como a calcinha-bumbum, criada pela empresária Ana Cláudia Moreira e confeccionada pela Lucitex, do pólo de moda íntima de Friburgo. Batizada de Brazilian Secret, promete anatomia perfeita ao preço médio de cem reais em lojas especializadas. A meta é exportar para Europa, EUA e Emirados Árabes. (Erica Ribeiro)