Título: Poucos interessados na concorrência na Bolívia
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Fonte: O Globo, 18/01/2007, Economia, p. 26

YPFB fará nova licitação em 180 dias para poder cumprir exportação para Argentina

A Bolívia vai fazer dentro de 180 dias uma nova concorrência para ampliar sua produção de gás natural e, com isso, conseguir cumprir o contrato de exportação de 27,7 milhões de metros cúbicos por dia para a Argentina. A primeira concorrência realizada pelo país vizinho após a nacionalização das reservas petrolíferas, em maio, não conseguiu atrair muito o interesse de multinacionais que já atuam no mercado boliviano. Os volumes ofertados não atenderam a suas necessidades.

Na concorrência que está sendo feita pela Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) - para aumentar a produção de gás e atender ao contrato com a Argentina -, as propostas entregues na última quarta-feira apresentaram volumes bem inferiores à meta fixada. O total máximo de produção oferecida chega a apenas a 25 milhões de metros cúbicos diários em 2011. Além disso, a multinacional Total não apresentou proposta.

Pelo contrato assinado com a estatal argentina Enarsa, a Bolívia se comprometeu a fornecer a partir deste ano 7,7 milhões de metros cúbicos, aumentando os volumes a cada ano até atingir os 27,7 milhões de metros cúbicos por dia, já a partir de 2010 até 2016.

Segundo a YPFB oito empresas apresentaram propostas: Petrobras, Repsol , Dong Won, Canadian, PlusPetrol, Vintage, Chaco, BG. A Petrobras apresentou uma proposta para produzir 2,5 milhões de metros cúbicos diários de gás entre 2010 a 2016. O resultado da concorrência deve ser anunciado até o início da próxima semana.

Ontem executivos da Petrobras e da estatal venezuelana PDVSA se reuniram, no Rio, para discutir projetos que pretendem desenvolver em conjunto. Um deles é o desenvolvimento da produção do campo de Mariscal Sucre na Venezuela, onde a Petrobras prevê investir US$2 bilhões. Já a estatal peruana Petroperu informou ontem que tem interesse em passar a comprar petróleo da PDVSA.